João Doria e Márcio França prosseguem na pendenga da blitz que o ex-governador recebeu da Polícia Civil nesta semana, num caso em que todo mundo notou ter sido, no mínimo, do conhecimento do gestor.

O desentendimento entre Doria e França não é de hoje: na realidade, eles brigam desde setembro de 2018, quando participaram de um debate pela disputa do governo de São Paulo organizado pelo SBT.

Duas horas antes da contenda surgiu um vídeo bombástico envolvendo o candidato do PSDB: Doria aparecia nu e rodeado por 6 mulheres também nuas ou de biquíni. Um escândalo.

A sala de Imprensa da emissora virou uma loucura.

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Havia ali a nata dos fotógrafos e cinegrafistas da capital. Cada um a seu modo procurando detalhes da cena para se certificar de que não era uma montagem, ou fake news como passamos a dizer no pós-Bolsonaro.

Exagerado eu seria se disesse que consultei todos esses profissionais de  olhos de lince. Mas uma boa parte, a maior, sem dúvida, sim. Nenhum cravou que havia truque na fita.

Lembro do semblante crespo do candidato tucano quando desceu da perua. De mãos dadas com a mulher, Bia – ela toda de branco.

A conjuntura foi de tal modo constrangedora que o assunto acabou escapando para debaixo do tapete e o debate, tenso, mostrou um Márcio Franca cutucando o gestor a cada momento.

No meio político, se fala que o ódio de Doria contra França deriva do vídeo, e que não há no atual governador nenhuma intenção de jogar baixo, especialmente contra Geraldo Alckmin, que o ajudou nos primeiros passos da vida pública e que agora, fora do PSDB, ensaia uma aproximação com Lula.

Ocasionalmente o vídeo, que muitos pensam se tratar de montagem, mas há controvérsias, volta ao debate.

Talvez por saber demais (era o governador do Estado na época), e ser acusado por Doria de divulgar a peça, França não se intimidou com as ações da polícial Civil contra ele.

No meio político os comentários são de sarcasmo contra o atual governador.

“Um provoca o outro, mas o fato é que o ‘pornozão’ é um caso mal explicado e que gerou o ódio profundo de Doria contra França”, disse uma fonte ao DCM.

Márcio França respondeu sobre a ação da Polícia Civil com sua habitual ironia. Acusou o gestor de ampliar contratos com a organização investigada e alvo da operação.

E ainda acusou Doria de promover perseguição política contra ele.

“Fomos olhar no portal da transparência e você não vai acreditar. Sabe quem pagou 100% dos contratos? O João Doria, o governo do João Doria”, disse.

Afinal, o Pornozão é ou não um truque?

Outros líderes ouvidos pelo DCM dizem que França descarta divulgar ele próprio o vídeo que nos bastidores ganhou o apelido de “Pornozão do Doria”.

Mas se necessário pode mencionar a peça novamente, mesmo que seja para cobrar um posicionamento do gestor, já que é um homem público e, neste caso, sua vida privada precisa ser esclarecida por se tratar de dois crimes possíveis: gravar e divulgar o candidato a governador numa cena de prostituição e, pior, fazer uma montagem tão perfeita que ninguém até hoje conseguiu uma prova contundente, e definitiva, de que se trata de armação.

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