Prefeito bolsonarista de Bagé (RS) é alvo de operação por rachadinha e caixa 2

Atualizado em 13 de agosto de 2024 às 14:43
Jair Bolsonaro ao lado do prefeito de Bagé Divaldo Lara. Foto: Divulgação

Na manhã desta terça-feira (13), o prefeito de Bagé, Divaldo Lara (PL), voltou a ser alvo de uma operação policial conduzida pela Polícia Federal (PF). A ação, batizada de Operação Coactum III, contou com a participação de 72 agentes e envolveu o cumprimento de 34 mandados de busca e apreensão em Bagé, Porto Alegre e Florianópolis.

Além do prefeito bolsonarista, a operação também visou sua esposa, Priscila Lara, e os vereadores Rodrigo Halfen Ferraz, atual presidente da Câmara de Vereadores de Bagé, e Michelon Garcia Apoitia, ambos do PL.

A Operação Coactum III investiga um esquema de rachadinha e caixa 2 no município, com indícios de organização criminosa, peculato, lavagem de capitais e outros possíveis crimes contra a administração pública. A ação é um desdobramento da operação realizada em maio, que levou à prisão de Amarilio Augusto Sturza Dutra e Manuela Jacques Souza, acusados de recolher parte dos salários dos servidores públicos.

Durante a nova operação, os agentes realizaram buscas na residência de Divaldo Lara, onde foram apreendidos uma escopeta, uma pistola, munição e equipamentos de uma academia montada na casa. Além disso, os mandados judiciais determinaram o sequestro de bens relacionados ao esquema.

Polícia Federal e Ministério Público apreenderam celulares, documentos e outros itens em investigação em Bagé. Foto: Divulgação

De acordo com a PF, desde 2017, servidores públicos comissionados em Bagé foram obrigados a repassar parte de seus salários para a organização criminosa, que utilizava os valores para financiar campanhas eleitorais sem a devida declaração à Justiça Eleitoral. A investigação aponta que mais de R$ 10 milhões teriam sido desviados dos cofres públicos.

Os oficiais alegam que Divaldo Lara seria o líder da organização criminosa, responsável pela seleção dos contratados e pelo recebimento dos valores arrecadados. Sua esposa que é policial civil, Priscila Lara, é acusada de auxiliar na lavagem dos recursos através de transações bancárias.

O presidente da Câmara de Vereadores, Rodrigo Halfen Ferraz, também é suspeito de se beneficiar do esquema, enquanto Michelon Garcia Apoitia teria começado a cobrar contribuições de seus apadrinhados políticos.

Em uma operação anterior, em maio, foram encontrados na casa de do prefeito medicamentos introduzidos irregularmente no país e seringas desviadas da prefeitura, incluindo Durateston e Stanozoland, usados para reposição de testosterona e ganho de massa muscular.

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