O prefeito de Bagé, Divaldo Lara, do PTB de Roberto Jefferson, virou réu, na quinta-feira (8) acusado de desviar dinheiro público e chefiar uma organização criminosa.
O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 1,2 milhão, de acordo com o Ministério Público. Isso significa que, agora, Lara começa a ser efetivamente julgado.
Conforme a denúncia do MP aceita pela Justiça, os crimes ocorreram de janeiro de 2017 a outubro de 2018 , quando foi deflagrada a fase ostensiva da Operação Factótum.
Além de Lara, outras oito pessoas foram processadas. Em 2019, ele foi afastado e, em 2020, reeleito.
As supostas irregularidades foram cometidas em contratos de coleta de lixo, higienização de postos de saúde, fornecimento de máquinas e serviços para órgãos públicos.
Lara teria montado o esquema ainda em 2015, quando vereador e a presidência da Câmara.
Segundo o MP, “o chefe da organização criminosa experimentou um aumento patrimonial significativo no curso das investigações”.
Em uma das contas mantidas por Lara junto com a mulher, os procuradores disseram que foram movimentados, até junho de 2018, R$ 4,2 milhões, “sem falar dos automóveis e imóveis existentes em nome do casal”.
Em março de 2018, Lara ficou famoso por uma canalhice: elogiou fazendeiros que, de relho em punho, espancaram jovens que acompanhavam Lula em sua caravana.
À época, o sujeito declarou: “Reafirmo, repito e acrescento, Lula e a sua quadrilha tiveram em Bagé aquilo que mereciam ter em todas as cidades deste país. Em Bagé se trata corrupto com relho, se trata corrupto desta forma”.
“Quem paga a conta dessa corrupção toda, quem paga a conta de toda essa cara de pau do PT somos nós, a sociedade de bem”, acrescentou.
Em setembro, ele entregou um chicote ao então candidato a vice-presidente Antônio Hamilton Mourão durante visita do general ao município da Campanha.
“Não se trata de incitar o ódio ou a violência. Pelo contrário”, falou.