O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, tentou tranquilizar a população em coletiva realizada no domingo à noite, garantindo que o colapso na mina 18 da Braskem foi localizado e não representa riscos para os residentes da região. O incidente ocorreu por volta das 13h15, resultando no rompimento do teto da mina, que já estava sob monitoramento após abalos sísmicos. A área afetada, no bairro do Mutange, já havia sido desocupada, e, portanto, não houve vítimas.
“O rompimento foi concentrado, foi local. As pessoas que estão em outras áreas [da cidade] podem ficar tranquilas”, disse o prefeito em entrevista no início da noite.
Cerca de 20% do território da capital alagoana sofre os impactos do afundamento do solo causado pela mineração da Braskem, levando aproximadamente 60 mil pessoas a deixarem suas casas. O prefeito destacou que a situação será monitorada, embora os danos precisem ser avaliados ao longo do tempo, especialmente em relação aos impactos ambientais na lagoa do Mundaú.
João Henrique afirmou que, apesar de parte dos equipamentos de monitoramento interno terem perdido funcionalidade, estudos descartam a possibilidade de reação em cadeia para outras minas na região. Ele esclareceu que a área atingida pelo colapso corresponde ao tamanho de um campo de futebol e está submersa na lagoa do Mundaú.
O prefeito ressaltou a necessidade de aguardar estudos para determinar os danos ambientais causados pelo incidente e anunciou uma reunião com representantes do governo estadual para discutir o assunto. O governador Paulo Dantas assegurou que o evento ocorreu na área determinada, identificada pelos técnicos, e prometeu acionar imediatamente a Braskem para que esta assuma sua responsabilidade diante dos danos causados à população de Maceió e de Alagoas.
“Vamos acionar imediatamente a Braskem. Nós não vamos permitir, vamos estar juntos, unidos, para que a Braskem pague todo o seu passivo com o povo de Maceió e com o povo de Alagoas”, afirmou.
A exploração de sal gema em Maceió foi suspensa pela Braskem em maio de 2019, um dia após a divulgação de laudo do Serviço Geológico Brasileiro que apontava danos ao solo no município. Os problemas relacionados ao solo em Maceió começaram a ser relatados em 2018, durante tremores de terra que afetaram milhares de residências e estabelecimentos comerciais.