Desde os primeiros dias de maio, Porto Alegre vive uma crise financeira e um estado de calamidade pública em decorrência das enchentes que assolou o Rio Grande do Sul. A situação não impediu o prefeito Sebastião Melo (MDB) de rescindir um contrato de assistência médica para os servidores, que custava R$ 42 milhões anuais, em favor de um novo contrato, sem licitação, ao custo de R$ 43 milhões por apenas seis meses.
Segundo a CBN, a decisão, tomada em meio a um cenário de devastação causada por chuvas intensas, gerou grande indignação entre os servidores públicos.
O contrato anterior, firmado com o Centro Clínico Gaúcho (CCG), foi encerrado por decreto do prefeito Melo. No mesmo ato, ele determinou a contratação de um novo plano de saúde com o dobro do valor anterior. Servidores municipais afirmam que o plano de saúde anterior atendia bem às suas necessidades e não havia reclamações significativas sobre os serviços prestados pelo CCG.
Uma norma municipal permitiria a manutenção do contrato com o CCG por mais um ano, dado o estado de calamidade pública declarado. O decreto 57.614/2024, publicado no Diário Oficial do Estado em 13 de maio deste ano, confirmou o estado de calamidade pública em Porto Alegre, reiterando os termos de um decreto anterior (57.600/2024).
As chuvas que atingiram o estado do Rio Grande do Sul afetaram 425 municípios, deixando mais de 67 mil pessoas em abrigos e outras 164 mil desalojadas. No total, 1,4 milhão de pessoas foram impactadas pelas enchentes, exacerbando a necessidade de uma gestão eficiente e cuidadosa dos recursos públicos.
Enquanto isso, em um gesto de solidariedade, a cidade de Santos, por exemplo, enviou três caminhões carregados com doações de seus moradores para o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp), que organizou o transporte dos itens para o Rio Grande do Sul. O Fussesp recebeu mais de 70 mil peças de roupas, 8 mil produtos de higiene pessoal, uma tonelada de alimentos e 15 mil litros de água.