A Prefeitura do Rio de Janeiro declarou estado de epidemia de dengue após recorde de internações pela doença. A capital já registrou 44,2% dos casos notificados em todo o ano passado somente no mês de janeiro de 2024, segundo a gestão municipal.
Em coletiva de imprensa nesta sexta (2), o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que a cidade teve 362 pessoas internadas somente no mês de janeiro. Segundo sua pasta, o ano de 2023 inteiro registrou 22.959 casos da doença, enquanto o mês de janeiro deste ano teve 10.156 ocorrências.
“A gente sabe que os meses nos quais temos maior incidência dos casos de dengue são os meses de março, abril e início de maio. E a gente vê uma curva ascendente logo no começo do mês de janeiro, aumentando a nossa preocupação”, afirmou Soranz.
Ele aponta que os casos devem crescer até o mês de maio e que as regiões de Campo Grande e Guaratiba são as mais atingidas, enquanto Grande Méier, Grande Tijuca e Santa Cruz têm um número de casos acima da média. “Nos últimos 90 dias, a curva é ascendente. A gente chegou a ter, em um único dia, 569 casos notificados”, prosseguiu.
Por conta do número de internações na cidade, a prefeitura anunciou a instalação de dez polos de atendimento de dengue e 150 centros de tratamento e hidratação. Hospitais de referência do município e unidades de atenção primária terão leitos específicos para o atendimento de casos mais graves.
Também foi criado um Centro de Operações de Emergência, com divulgação semanal de boletins sobre a doença, e o uso de 16 carros fumacê em regiões com a maior incidência de casos.
Apesar da crise no município, o estado do Rio registrou 17.544 casos de dengue somente no primeiro mês do ano, número 12 vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2023: 1.441. Dos 92 municípios, 14 apresentam taxa de incidência acima de 500 casos por 100 mil habitantes.