Nos últimos dias, uma situação atípica tem afetado o mercado de drogas em São Paulo: a falta de maconha prensada, uma variação bastante consumida devido ao seu preço acessível. Relatos de usuários e traficantes apontam para uma escassez que já dura cerca de duas semanas.
As razões por trás dessa falta são diversas. Grandes apreensões, a entressafra da planta e possíveis problemas de distribuição devido a conflitos internos na facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) são citados como principais motivos.
Normalmente vendido a R$ 10 o grama, o preço da maconha subiu para R$ 19 devido à escassez, com traficantes limitando a quantidade vendida por comprador. Isso tem levado alguns consumidores a buscar alternativas, como o skunk, uma variedade mais cara e potente da Cannabis, ou até mesmo experimentar outras drogas como cogumelos e LSD.
Gean, um traficante da região oeste da cidade, explicou à Folha de S.Paulo que o prensado se tornou um artigo de luxo devido à dificuldade em encontrá-lo, especialmente porque grande parte da oferta vinha do Paraguai e estava sujeita a apreensões durante o transporte.
As apreensões recentes, como a realizada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Bauru, interior de São Paulo, contribuíram para a escassez. O transporte da maconha do Paraguai até São Paulo geralmente é feito por meios terrestres, tornando-o mais suscetível a interceptações.
A possível influência de conflitos internos no PCC também é apontada como um fator que pode estar impactando na distribuição da droga. A disputa entre facções pela liderança pode estar afetando o tráfico de maconha, já que Tiriça, um dos líderes do grupo, é responsável por gerenciar esse segmento.
Enquanto isso, usuários como Jonathan, do Campo Limpo, zona sul da cidade, têm buscado soluções alternativas, como realizar uma espécie de feira de troca com amigos. A iniciativa visa contornar a escassez do prensado, incentivando a troca de outras drogas por maconha.