PUBLICADO NO GGN
Em um governo onde teoricamente se defendeu o combate à corrupção, os casos de favorecimento têm sido bastante frequentes. A bola da vez é a Casa da Moeda, onde o presidente destituiu o comitê de eligibilidade para garantir a eleição de um amigo para o cargo de diretor, com salário superior a R$ 40 mil mensais.
O presidente da estatal, Eduardo Zimmer Sampaio, trocou os integrantes do comitê de elegibilidade que, inclusive, já reviram decisões anteriores que permitiram a Zimmer compor sua equipe, como aponta o jornal Folha de São Paulo.
Um dos integrantes é o administrador Saudir Luiz Filimberti, dono de uma empresa de transporte e ex-diretor do Detran do Rio Grande do Sul. Seu nome foi inicialmente rejeitado pelo comitê que avaliava o currículo dos indicados à diretoria da Casa da Moeda por “ausência de preenchimento dos requisitos”.
Zimmer foi aprovado no mesmo dia, e já consultou o departamento jurídico da companhia sobre a possibilidade de destituição do comitê de elegibilidade. Com a autorização da medida, os integrantes do comitê foram trocados na segunda quinzena de junho.
Desta forma, Zimmer indicou seu atual chefe de gabinete e a superintendente de Recursos Humanos. E esse novo comitê aprovou a nomeação de Filimberti no dia 26 de junho.
Transferido para o Rio de Janeiro em julho, Filmberti dividiu com Zimmer uma casa no Condomínio Vivendas da Barra, localizado na Barra da Tijuca, até o mês de dezembro. O condomínio é o mesmo do presidente Jair Bolsonaro.
A Casa da Moeda é responsável pela fabricação de cédulas e moedas, passaportes e selos de rastreamento de produtos como cigarros e bebidas desde sua fundação, em 1694, e foi incluída no plano de privatização do governo Bolsonaro em outubro de 2019.