Presidente de 8 anos, tesoureiro de 6 e secretária de 1: a empresa suspeita de Gayer

Atualizado em 25 de outubro de 2024 às 21:42
O deputado goiano, Gustavo Gayer. Imagem: reprodução.

A Operação Discalculia, lançada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (25), surgiram suspeitas de falsificação documental e uso indevido de verbas parlamentares atribuídas ao deputado Gustavo Gayer (PL-GO) e sua equipe. As informações são do Estadão.                                                                                                                                                                                                                                                                         As investigações foram motivadas pela descoberta de uma ata supostamente datada de 2003, que indicava uma estrutura societária insólita: a empresa listava crianças de 8 a 9 anos em cargos como presidente e tesoureiro, enquanto uma bebê de apenas um ano aparecia como secretária, responsável por fazer a própria ata. O documento foi registrado somente em 2023, o que, combinado ao perfil dos “sócios” e ao longo intervalo temporal, levou a PF a investigar possíveis manipulações no controle da entidade.

Segundo a PF, o grupo liderado por Gayer teria adquirido a empresa inativa por R$ 6 mil para “revitalizá-la” como uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) e, assim, qualificar-se para receber verbas públicas por meio de emendas parlamentares. Mensagens trocadas entre João Paulo de Sousa Cavalcante, assessor de Gayer, e outros envolvidos, indicam uma possível estratégia para gerenciar e alocar recursos públicos por meio da associação.

Cavalcante, em uma dessas conversas, menciona “segurar” emendas pedidas ao deputado e destaca uma demanda específica relacionada a uma associação de Goiânia. Ele ainda menciona a pressão de “pastores” e a necessidade de organizar a entidade para atender essas solicitações.

Durante as buscas, a PF apreendeu R$ 72 mil na residência de um dos assessores de Gayer. O material levantado aponta, segundo a PF, que o grupo não destinava as verbas para fins legítimos, mas para a gestão de recursos com fins questionáveis, incluindo o pagamento de pessoal, o que, segundo a PF, desvirtua o objetivo legal das emendas. Além disso, há suspeitas de que a organização estava voltada para controlar recursos sem respaldo legal.

Para prosseguir com as investigações, a PF solicitou autorização ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o intuito de expandir a coleta de provas e confirmar se a associação manipulada por Gayer chegou a receber recursos públicos. O caso destaca preocupações sobre o uso de emendas parlamentares e o impacto de recursos supostamente destinados ao terceiro setor, mas que, conforme descrito pela PF, eram redirecionados para interesses próprios.

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