O presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) Marcelo Lopes da Ponte, disse em depoimento à Controladoria-Geral da União (CGU) que recebeu “insinuações” de propina do pastor Arilton Moura, que intermediava a liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC) para prefeituras em troca de pedidos de propina aos prefeitos.
O depoimento do presidente do FNDE foi prestado em outubro de 2021, mas mantido sob sigilo pela CGU. No relato, ele disse que o pastor se apresentou ao órgão por meio do MEC e que as ofertas de propina eram feitas com frases cifradas.
“As insinuações do sr. Arilton nunca trataram de números, mas sim de frases como ‘me ajude que eu te ajudo'”, afirmou no depoimento.
Lopes da Ponte disse que “nunca deixou prosperar as insinuações do sr. Arilton”, mas que, durante as viagens de trabalho, ouvia de parlamentares e prefeitos que o religioso prometia liberações de recursos aos municípios. Segundo o relato, ele repassou a informação sobre a insinuação de propina para o então secretário-executivo do MEC, Victor Godoy, atual ministro interino, e também ao ministro da Educação Milton Ribeiro.
A CGU afirmou na conclusão da investigação que não encontrou indícios de irregularidades cometidas pelos servidores públicos do MEC. Porém, suspeitava de crime por parte do pastor Arilton Moura e recomendou o envio da investigação para a Polícia Federal.