O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, jogou a toalha para as eleições 2022, ao menos para as presidenciais. Em conversa reservada com seu grupo mais próximo, o cacique teria dito que não há mais como o presidente Jair Bolsonaro (PL) virar o jogo e sair vencedor no dia 02 de outubro. Para ele, a chance é fazer o maior número de bancada possível com o upgrade que a legenda recebeu dos bolsonaristas.
Um membro do PL confirmou ao DCM que o clima é derrotista. Para Valdemar, os resultados das pesquisas recentes, já em junho, mostram uma tendência praticamente irreversível. Ele apostou, inclusive, para os membros do diretório do partido, que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá vencer no primeiro turno com margem folgada.
O presidente da sigla de Bolsonaro tem dito a pessoas próximas que a derrota do presidente é culpa dele próprio. “O Valdemar acha que o Centrão tinha colocado ordem na casa, mas ele desandou de novo ao não adotar as posturas necessárias para controlar os preços”, diz uma fonte ouvida pela reportagem. Para ele, se o presidente tivesse enfrentado a crise de 2022 de frente, segurado a inflação e o preço dos combustíveis na canetada, ele seria favorito.
Aos amigos, Valdemar disse que aceitou Bolsonaro na sigla porque nunca viu uma pessoa tão carismática quanto Lula, apenas o próprio presidente. Na visão dele, seria briga de cachorro grande e, com a máquina na mão, ele poderia vencer o petista. “Mas Valdemar acha que o presidente fez tudo errado e agora já não há tempo hábil para mudar o humor do brasileiro”.
Em uma reunião com o PL de São Paulo, Valdemar teria dito que o que faz ganhar a eleição não é necessariamente o retrato do país, mas o sonho de que o Brasil vai melhorar e que Bolsonaro não consegue oferecer nada disso porque está só atacando e não parece ter um plano para melhorar a vida das pessoas.
Neste cenário, o presidente da agremiação já avisou diretórios estaduais que é para surfar na onda bolsonarista e eleger a maior bancada possível, mesmo sabendo que os membros da ala ideológica do presidente deverão abandonar o PL após as eleições. Quanto mais deputados se eleger, mais força a bancada terá.