Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB, partido do coach Pablo Marçal, está sendo acusado por membros internos da legenda de praticar venda de candidaturas, realizar ameaças e cometer fraudes em filiações, conforme informações da Folha de S.Paulo.
Essas acusações foram levadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo secretário-geral do partido, Marcos Andrade, e pela ex-vice-presidente Rachel de Carvalho, que alega ter renunciado ao cargo após sofrer ameaças de morte.
Ambos solicitaram ao TSE que destitua Avalanche da presidência do partido. Contudo, a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, negou o pedido de liminar para afastamento imediato, afirmando que a situação requer uma análise mais aprofundada.
“As alegações não podem prescindir da produção de provas em juízo, observado o contraditório, o que afasta a concessão da tutela de urgência antes da devida instrução processual, sem a oitiva do requerido”, afirmou a magistrada.
De acordo com a denúncia, Avalanche teria transformado o PRTB em um empreendimento pessoal, comercializando posições de liderança dentro do partido.
“Leonardo utiliza o partido como seu empreendimento privado. Para atuar, montou um verdadeiro time de vendas, que negocia com diretórios do país inteiro posições diretivas no partido e posições de candidaturas para o pleito municipal de 2024”, diz o documento, protocolado no TSE em 19 de junho.
Rachel de Carvalho, que anteriormente ocupava o cargo de vice-presidente, relatou que deixou a posição após ser coagida e receber ameaças de morte. “Tais constrangimentos continuaram e caminharam para coações que culminaram em ameaças de morte que geraram o seu ato de renúncia do cargo, assinada na data de 3 de abril de 2024”, afirmou ela.
Além disso, Avalanche é acusado de desfiliar 77 pessoas do PRTB e filiar essas mesmas pessoas a outro partido, o Mobiliza, sem o consentimento delas.
“A facilidade com que se prova a fraudulenta filiação de mais de 70 pessoas em outro partido (Mobiliza), à contrariedade de suas vontades, sem sequer lhes dar conhecimento, registrando tudo nos sistemas eleitorais demonstra ou muita ingenuidade, ou muita confiança no domínio sobre o sistema judicial”, diz a denúncia.
Outra acusação grave envolve um áudio em que Avalanche supostamente afirma a um correligionário ter vínculos com membros da facção criminosa PCC. No áudio, ele menciona Francisco Antonio Cesário da Silva, conhecido como Piauí, ex-líder do PCC na favela de Paraisópolis (SP), sugerindo que seu motorista teria ligações com o criminoso.
“Não tem o Piauí, de [inaudível]? Não tem o chefe do PCC que está solto? Ele é a voz abaixo”, disse Avalanche no áudio, referindo-se ao seu motorista. “Ele nunca mexeu com política. Hoje ligaram para o menino, né, lá dentro da cadeia e falaram: ‘Estou trabalhando pro Avalanche de motorista’.”