VÍDEO: O momento em que o presidente do Peru deixa a sala durante o discurso delinquente de Bolsonaro na ONU

Atualizado em 21 de setembro de 2021 às 14:00

Na Assembleia-Geral da ONU, o presidente do Peru, Pedro Castillo, se recusou a ouvir o vergonhoso discurso de Jair Bolsonaro.

O pronunciamento do brasileiro mais pareceu uma das suas tradicionais lives de quinta-feira.

Ele defendeu a cloroquina e espalhou fake news, como se estivesse falando com seus apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada.

A certa altura do discurso, Castillo foi visto deixando a sala da cerimônia acompanhado de dois assessores.

Veja abaixo:

Quem é Pedro Castillo, o sindicalista que venceu o neoliberalismo de Fujimori no Peru

Pedro Castillo pode ser mais do que uma vitória da esquerda no continente – embalada pelas vitórias de Fernandez na Argentina, Arce na Bolívia, a derrubada do governo direitista paraguaio e a possível volta de Lula ao poder no Brasil.

O sindicalista representa um reencontro do Peru com suas origens andinas e indígenas.

Ainda criança, o pequeno Pedro levantava às 5 da manhã para ajudar a mãe a fazer fogo e preparar o almoço no vilarejo de Puña, na província de Chota.

Para chegar à escola, caminhava por duas horas em encostas de montanhas.

Era tido como louco por mover as mãos enquanto andava – ele dizia que estava escrevendo as tarefas “no ar” e assim saberia a lição quando chegasse ao colégio.

Além de sindicalista, Castillo é professor primário e costuma encerrar seus discursos com uma frase que virou mote de campanha: “palabra de maestro” (“palavra de professor”). O símbolo eleitoral do candidato indígena era um lápis gigante.

Castillo é uma dessas contradições só possíveis na América Latina. Defende a nacionalização dos recursos naturais, ao estilo de Chávez e Morales – o ex-presidente boliviano foi o maior entusiasta de sua campanha.

Mas tem posições sociais conservadoras: é contra o aborto, critica a “ideologia de gênero” e vê com relutância o reconhecimento de direitos de minorias sexuais.

Também causou polêmica ao dizer que fecharia a Suprema Corte peruana e o Congresso. Voltou atrás ao falar que só faria isso “com apoio do povo”.

Mas conquistou o eleitorado ao dizer que usaria o dinheiro dos recursos naturais para impulsionar melhor saúde, educação e segurança pública.

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