Preso por omissão em atos terroristas, coronel da PM tentou fugir de Brasília com filhos

Atualizado em 8 de fevereiro de 2023 às 7:07
Coronel Jorge Eduardo Naime. (Foto: Reprodução)

Preso na terça-feira (7) por suspeita de facilitar as ações dos atos criminosos do dia 8 de janeiro, durante a quinta fase da Operação Lesa Pátria, Jorge Eduardo Naime Barreto, coronel e ex-comandante do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), planejou uma fuga de Brasília no dia seguinte ao ato.

Jorge pretendia fugir com os filhos e a atual esposa, Mariana Adôrno Naime, mas não conseguiu concluir o plano após a ex-esposa, Tatiana Beust, registrar um boletim de ocorrência e acionar diversos órgãos de defesa da criança e do adolescente.

Segundo informações publicados pelo jornal O Tempo, Tatiana relatou ao Conselho Tutelar que o coronel estava com um dos dois filhos do casal, uma menina de 8 anos, e que a própria criança entrou em contato com a mãe, por telefone, para avisá-la da tentativa de fuga do pai. Quando Tatiana foi buscá-la, além de ser impedida de levar a filha, sofreu uma tentativa de agressão pela atual esposa do ex-comandante com uma barra de ferro.

Tatiana, após ser atendida pelo Conselho Tutelar, foi orientada a buscar a Promotoria da Infância e a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM). Suas ações impediram os planos de fuga do coronel bolsonarista.

Durante os atos terroristas ocorridos em Brasília no dia 8 de Janeiro, mesmo de folga, Naime foi visto na Esplanada dos Ministérios, segundo relato do ex-comandante-geral da PM, Fábio Augusto Vieira, em depoimento à Polícia Federal (PF).

Em depoimento, Fábio disse que encontrou com Jorge no gramado central, em frente ao prédio, e perguntou o que ele estava fazendo lá, já que estava de folga. Naime respondeu que “tinha ido ajudar”.

Fábio afirmou ter ouvido do coronel Naime que “havia uma informação de inteligência de diversas agências que os ânimos dos manifestantes estavam pacíficos”, que “o efetivo e logística empregados eram suficientes”, e que “o movimento era grande, mas não havia muita adesão”.

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