Após ser revelado o dossiê da Prevent Senior, a jornalista Chloé Pinheiro foi às redes expor sua apuração sobre a operadora de saúde. Segundo ela, o caso da empresa é “nível Mengele mesmo”.
Além das mortes omitidas no estudo da cloroquina, ela conta que os médicos eram fortemente pressionados para prescrever a droga. “A regra era, ‘espirrou no PS, entrega o kit [covid]”, conta. A jornalista da Veja ainda conta que os profissionais da instituição receitavam as drogas e alertavam os pacientes a não tomarem.
“Depois de um tempo, se espalhou entre os profissionais o boato de que a própria Prevent estava enviando pacientes falsos ao PS para checar a conduta dos médicos. O clima era de tensão e autoritarismo”, narra.
Os funcionários atuavam simultaneamente em quatro consultórios, conta. Até enfermeiros se vestiam como médicos e entregavam as prescrições das drogas prontas. “Na enfermaria, os pacientes viravam cobaias”, diz ela.
“A ideia era evitar a internação dos pacientes, ao mesmo tempo em que se oferecia uma esperança para eles: afinal, ninguém saía de mãos vazias. Além das mortes citadas na matéria, muitos outros idosos (talvez um número incalculável) morreram assim”, denuncia.
Em junho, Chloé publicou uma matéria sobre uma vítima que morreu após ir ao Pronto Socorro da Prevent Senior três vezes. A paciente foi dispensada duas vezes com o kit covid. Na última vez, foi intubada e faleceu em três dias. “Ficou claro que desocupar leitos e maximizar a produtividade era o modus operandi”.
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“Show de horrores” da Prevent Senior não começou na pandemia, diz jornalista
Segundo a jornalista, o “show de horrores não começou na pandemia”. Antes da crise sanitária, de acordo com ela, a empresa colocava idosos em cuidados paliativos “mesmo quando havia possibilidade de recuperação”.
“Tem muita coisa que ainda precisa ser apurada, e espero que essas notícias sejam apenas o início de outras que revelem o que rola por trás das portas da Prevent. E vale dizer que outros convênios, como a Hapvida, também embarcaram na distribuição maciça do kit”, prossegue.
“Ah, e vale dizer a Prevent atende mais de 500 mil vidas, e encerrou 2020 com um lucro de R$495 milhões de reais, com um crescimento de receita maior do que o aumento de custos nos últimos anos. Como essa mágica é feita atendendo a um custo baixo idosos?”, completa.
A história da @preventsenior é muito escabrosa, nível Mengele mesmo. Conversei com um dos médicos demitidos pela empresa e ele me contou vários absurdos para além das mortes no "estudo" da cloroquina. Por exemplo:
— Chloé Pinheiro (@chloepinheiro) September 16, 2021