Publicado originalmente no “Tijolaço”
Paulo Guedes descobriu a saída para a crise econômica e para o desenvolvimento nacional: vender as praias brasileiras.
“O caso do Brasil é um caso clássico de má gestão. Tem trilhões de ativos mal usados”, disse ele, mostrando com seria o seu “Praiobrás” para tornar tudo maravilhoso:
“Por exemplo, tem um grupo de fora que quer comprar uma praia numa região importante do Brasil, quer pagar US$ 1 bilhão. Aí você chega lá, pergunta: vem cá, vamos fazer o leilão dessa praia? Não, não pode. Por quê? Isso é da Marinha. Você fala: e quanto a gente recebe por isso aí? A gente pinta lá o quartel deles uma vez por ano.“
Nem é pela bobagem da ideia, mas pela sua perversidade que a patuscada do ministro embute. Como terrenos da União, as praias são patrimônio público, cujo o uso – mesmo naquelas que sejam objeto de posse legal, como algumas ilhas são, podem ser acessadas por qualquer pessoa – é comum a todos os brasileiros.
E é evidente que nenhum “grupo de fora” está interessado em pagar um bilhão de dólares se não for para ter uma praia exclusiva, um resort de milionários, sem o que eles chamam de “farofeiros” para importuná-los.
Seguindo o “raciocínio” de Guedes, porque não vender também os rios, as cachoeiras, as montanhas, as florestas?
Valem uma nota, não é, doutor?
Só não podemos vender as grutas e cavernas porque, nestas cabecinhas doentes, é lá que deveria ficar trancado o povo brasileiro, saindo só para fazer as camas, servir o café e, de tanga, vender quinquilharias aos gringos.
Ainda bem que está findando o tempo desta gente.