O procurador bolsonarista Ailton Benedito deixará o comando do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO). O cargo será ocupado pela procuradora Léa Batista de Oliveira Moreira Lima. Ela foi eleita com mandato para o biênio de 2021 a 2023. Ailton integrou a comissão eleitoral, mas não participou da eleição desta vez.
Alexandre Moreira Tavares dos Santos foi eleito procurador-chefe substituto. Para colegas do órgão, as mudanças marca uma inflexão ideológica nos rumos do MPF, segundo o Metrópoles.
O ex-comandante do órgão é alvo do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ele é investigado por disseminar “discurso de ódio” e xenofobia por chamar o coronavírus de “vírus chinês”.
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Procurador bolsonarista já defendeu a Prevent Senior e é espalhador de fake news
O estudo da Prevent Senior, que ocultou mortes para falsear resultados, foi defendido por Ailton Benedito. Ele reclamou das críticas à defesa da cloroquina feita pelo g1 à época e questionou:
“Prefere que os médicos neguem tratamento a idosos e esperem que morram para satisfazer ao jornalismo de necrotério?”
“Constitui violação hedionda à dignidade humana, beirando a prática de homicídio doloso e crime contra a humanidade, negar tratamento com as terapêuticas disponíveis, que podem salvar vidas, a pessoas que reconhecidamente integram os grupos mais vulneráveis ao coronavírus”, completou.
O procurador ficou famoso nas redes por espalhar fake news. No ano passado, disse que Bill Gates queria “impedir que raios solares cheguem à terra, baixando a imunidade dos seres humanos” para vender “novas vacinas”. Ele também já processou agência de checagem de notícias falsas. Ailton também já quis obrigar SUS a oferecer cloroquina.