A sucessão de Augusto Aras na Procuradoria Geral da República (PGR) está gerando debates e expectativas sobre quem será indicado para o cargo pelo presidente Lula (PT). Enquanto diversos nomes estiveram em consideração, aliados do petista estão defendendo a indicação do subprocurador da República Carlos Frederico.
Subprocurador da República, Frederico ganhou destaque por ser responsável pelos inquéritos relacionados aos ataques ocorridos em Brasília em 8 de janeiro, quando grupos de bolsonaristas radicais promoveram uma tentativa de golpe contra a democracia. Segundo a jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, sua atuação nesses casos chamou a atenção e gerou apoio para sua possível nomeação como procurador-geral.
Até meados de setembro, a disputa para a PGR estava entre Paulo Gustavo Gonet, apoiado por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), e Antonio Carlos Bigonha, favorito do PT. Gonet, no entanto, enfrenta ressalvas por parte do PT devido ao apoio que recebe de ministros do STF, o que levanta preocupações sobre o fortalecimento do poder desses ministros. Já Bigonha perdeu apoio e enfrenta críticas em relação à sua possível atuação semelhante à de Rodrigo Janot durante o auge da Lava Jato.
Aliados do presidente Lula têm pressionado por uma decisão rápida em relação à indicação para a PGR. Enquanto a indicação não for feita e aprovada pelo Congresso, o órgão será comandado por Elizeta Ramos, corregedora-geral do Ministério Público Federal (MPF). Isso tem gerado preocupações, principalmente relacionadas ao alinhamento de Ramos com o lavajatismo.
Questões como a negação de informações de acordo de leniência da Odebrecht à defesa de Lula em 2020 e o arquivamento de representações contra procuradores da Lava Jato por escrito de pedido de impeachment de Gilmar Mendes em 2019 são levantadas como pontos de preocupação.
Ela permanecerá nessa posição até que Lula faça a escolha do novo procurador-geral. Vale destacar que Aras foi nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e exerceu dois mandatos como chefe da PGR. “Se sua excelência tiver a oportunidade de ocupar, ainda que interinamente, a cadeira de PGR, certamente terá a responsabilidade que lhe é própria”, disse Aras na ocasião.
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