Procuradores da Lava Jato atacaram a ex-presidente Dilma Rousseff e a ex-primeira-dama Marisa Letícia em grupo no aplicativo de mensagens Telegram. Os membros do Ministério Público ainda fizeram comentários machistas contra diversas mulheres com projeção política e atacaram nordestinos.
Em 24 de junho de 2015, Ailton Benedito de Souza zombou do comentário de Dilma sobre “saudar a mandioca” como item essencial na alimentação de brasileiros. “Deve estar sempre sonhando com a mandioca”, afirmou o procurador na ocasião.
Também foram feitos comentários preconceituosos sobre nordestinos por conta da quantidade de votos da ex-presidente na região. O mesmo procurador, em julho daquele ano, afirmou que “não tem pena dos nordestinos”. “Quando os vejo sofrer pelas suas desgraças, considero-as merecidas”, prosseguiu.
Ele foi repreendido por um colega, Vladimir Aras, nascido em Salvador (BA) e membro do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília: “Menos, Ailton, menos”. Benedito de Souza então argumentou: “Apenas consequências das próprias escolhas, que somos todos livres para fazer”.
O ataque contra Marisa Letícia, falecida esposa de Lula, foi feito pelo procurador Luiz Lessa, que a chamou de “tribufu do inferno stalinista”. Comentários sobre Lula e outros alvos da Lava Jato eram frequentes no grupo.
A procuradora Laura Tessler, de Curitiba, fazia piadas citando a cachaça 51, e Lessa repetia idiotices que circulam nas redes sociais sobre o petista após sua prisão: “Finalmente as piadas falando que o Lula é analfabeto vão acabar. Hoje Lula entrou na Federal”.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia também foi alvo de ataques e piadas no grupo. Procuradores criticaram a aparência da magistrada, sugeriram que ela seria homossexual e disseram que “em matéria de cuidados corporais ela é péssima”.