Ele é um militar extremista, que comanda o Batalhão de Azov, regimento neonazista do exército da Ucrânia. Para a grande mídia ocidental, porém, é um herói da resistência ucraniana, o último bastião que protege Mariupol do ataque dos inimigos russos. Quem é realmente Denis Prokopenko, conhecido como “Friend Radis”?
Pouco se sabe sobre Prokopenko, exceto que ele é um dos fundadores do grupo neonazista no topo da lista negra de Vladimir Putin, e que lidera a defesa da cidade de Mariupol contra o exército russo.
O certo é que seu passado ambíguo parece ter incomodado Kiev também, já que seu nome desapareceu magicamente de sites ucranianos como se ele nunca tivesse existido. Prokopenko aparece na Wikipédia sendo considerado a personificação da Ucrânia nazista.
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Nazista ou herói da resistência?
Em 2021, a congressista norte-americana do Partido Democrata, Elissa Slotkin, pediu ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que classificasse o Batalhão de Azov como organização terrorista estrangeira. Ela alegou que o grupo “utiliza a internet para recrutar novos membros e depois os radicaliza para usar violência a fim de alcançar sua agenda política de identidade branca”.
No entanto, com a guerra na Ucrânia, a mídia ocidental evitou tratar o grupo neonazista como o que realmente é. Na semana passada, a CNN abriu espaço para Prokopenko falar sobre os “ataques cruéis russos” contra Mariupol.
A vida do militar está envolta em mistério. Parece que seu avô participou da guerra soviético-finlandesa de 1939-1940 e que Denis se formou na Faculdade de Filologia Germânica da Universidade Nacional de Linguística de Kiev, com licenciatura em ensino da língua inglesa.
Antes de ser conhecido por atividades militares, ele foi um dos líderes dos ultras do clube de futebol Dínamo de Kiev. O próprio Batalhão Azov tem suas raízes em um grupo de torcedores fascistas de outro clube, o FC Metalist Kharkiv. “Estamos incrivelmente orgulhosos de Denis e de todo o regimento que agora defende bravamente nossas cidades. Glória aos heróis da Ucrânia”, lê-se na página dos ultras do Dínamo no Instagram.
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A recompensa pela captura de Prokopenko
Em setembro de 2017, Prokopenko foi nomeado comandante do já mencionado Batalhão de Azov. A recompensa que o presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov, aliado de Putin, colocou por sua cabeça é de US$ 500 mil.
Seus subordinados simplesmente o chamam de “Friend Radis”. Desde 2014, ele participa da “operação antiterrorista” no leste da Ucrânia, onde comanda um pelotão em Azov.