Publicado originalmente no Migalhas
Na manhã de ontem, 4, o promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho foi preso em Belo Horizonte/MG. A prisão aconteceu três dias após a morte de Lorenza Maria Silva de Pinho, esposa do promotor. As circunstâncias do caso estão sendo investigadas pela Polícia Civil.
LEIA – Marina cobra autocrítica do PT, e internautas lembram que ela apoiou Aécio Neves em 2014
Ainda ontem, o MP/MG soltou uma nota oficial sobre o caso e afirmou que realizaram diligências ontem na casa do promotor, por meio do Gabinete de Segurança e Inteligência e do Centro de Apoio das Promotorias Criminais, e em conjunto com as Polícias Civil e Militar, “dando seguimento às apurações relacionadas aos fatos ocorridos na sexta-feira, 2 de abril, envolvendo a morte da senhora Lorenza Maria Silva de Pinho, esposa do promotor de Justiça André Luis Garcia de Pinho”.
CONFIRA – VÍDEO: Aécio Neves aponta que Brasil pode liderar “quebra” de patentes das vacinas
Polêmicas
Em 2012, André Luís Garcia de Pinho e sua esposa foram alvos de tiros, quando voltavam de carro de um culto religioso. Em 2013, o carro de André de Pinho foi incendiado. No ano seguinte, em 2014, o prédio onde o promotor vivia foi alvo de tiros.
Em 2016, André Luiz Garcia de Pinho e a mulher foram abordados por dois homens e, posteriormente, foram agredidos. À época a polícia havia informado que o irmão do promotor, que é advogado, era suspeito do crime.
André Luís Garcia de Pinho também é acusado de ajudar políticos, como Aécio Neves. O promotor fez parte da 11ª promotoria de Combate ao Crime Organizado e Investigação Criminal de BH, ocasião na qual foi preso o jornalista Marco Aurélio Carone, que criticava autoridades e pessoas públicas, entre eles Aécio Neves.
No âmbito do MP, já houve uma ação contra o promotor em razão de sua omissão no trabalho. Pinho faltava muito ao trabalho e não cumpria a carga horária exigida pelo MP/MG
História
Casos de integrantes do Ministério Público praticando feminicídio não são inéditos. Há alguns anos, Igor Ferreira da Silva, promotor de Justiça paulista, foi condenado pela morte da esposa, Patricia Aggio Longo. Ele ficou foragido por vários anos, até ser encontrado. Em 1970, o procurador de Justiça Augusto Carlos Eduardo da Rocha Monteiro Gallo, pai da atriz Maitê Proença, esfaqueou a mulher, Margot Proença Gallo, por ciúmes. Ele não chegou a ser preso e foi absolvido, em 1975, por 6 a 1, em Campinas/SP, sob o argumento de ter agido em legítima defesa da honra. Ele foi defendido por Waldir Troncoso Perez. Alguns anos depois o pai da atriz se mata.