Nesta quinta (30), o movimento Levante Popular da Juventude protestou contra Jair Bolsonaro e a Prevent Senior na sede da empresa. O objetivo, afirmam, é “denunciar o sangue derramado nas mortes que poderiam ter sido evitadas, se não fosse o negacionismo e a política de morte do governo”.
Com notas de dinheiro e tinta vermelha, o grupo realizou o ato no Jardim Paulista, em São Paulo. “Manchamos a Prevent Senior com tinta vermelha e espalhamos os dólares de Bolsonaro para denunciar aqueles que eles lucraram com a morte de milhares de pessoas”, justifica.
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Leia a nota do movimento na íntegra:
Hoje (30), o Levante Popular da Juventude foi até a sede da empresa Prevent Senior, localizada na cidade de São Paulo, denunciar o sangue derramado nas mortes que poderiam ter sido evitadas, se não fosse o negacionismo e a política de morte do governo Bolsonaro.
Vivemos um dos momentos mais tristes da história de nosso país: uma pandemia que já matou mais de 600 mil brasileiras e brasileiros, aumento do desemprego, volta da fome, crescimento da violência e falta de oportunidades para a juventude. Diante desse cenário, a CPI da Covid, que investiga a condução do governo federal no combate à pandemia, teve acesso a um dossiê de médicos da empresa privada e operadora de saúde, Prevent Senior, que denuncia diversas atuações ilegais no cuidado de pacientes com Covid-19 internados nos hospitais da rede.
Segundo a denúncia na CPI, diretores executivos da empresa orientavam e pressionavam médicos para tratamento dos pacientes com medicamentos comprovadamente ineficazes, como hidroxicloroquina, ivermectina e tratamento com ozônio – que é proibido pelo conselho nacional de medicina – utilizando pacientes como cobaia sem a permissão destes ou deus seus familiares. As denúncias relatam também que os trabalhadores dos hospitais eram orientados a atuar sem equipamentos de proteção individual mesmo que estivessem contaminados pelo vírus.
Não bastasse, a empresa orientava a redução do fluxo dos respiradores de oxigênio dos pacientes em terapia intensiva, seu motivo está sintetizado nesta frase: “óbito também é alta”, que costumava ser repetida na empresa. A morte das pessoas significava apenas uma liberação de espaço em UTI para novos pacientes. Há ainda informações e provas de que a empresa manipulava o prontuário médico e o atestado de óbito de seus pacientes, não constando como causa da morte as consequências de Covid-19.
“Manchamos a Prevent Senior com tinta vermelha e espalhamos os dólares de Bolsonaro para denunciar aqueles que eles lucraram com a morte de milhares de pessoas. A empresa fez tudo isso com apoio do Governo Federal, pois tinha relação direta com o gabinete paralelo, que organizou esquemas de corrupção na compra de vacinas da Covaxin e que estimula instituições que fomentam o uso do Kit Covid”, afirma Julia Aguiar, da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude e também vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes.
A denúncia feita na CPI da covid escancara a intenção por parte do governo de reforçar Fake News sobre a eficácia desses medicamentos, a fim de criar certo clima de segurança nas pessoas para saírem às ruas, reduzindo o impacto da pandemia na economia. Trata-se de um acordo com licença entre a empresa e o governo federal, não podemos esquecer, por exemplo, que Flávio Bolsonaro chegou a elogiar o tratamento ineficaz da Prevent em suas redes sociais, afirmando que o SUS deveria adotá-los.
Desta forma, escrachamos a Prevent Senior e o governo Bolsonaro por acreditar numa saúde que cuida e prioriza a vida do povo brasileiro, que tenha como base a ciência e que seja pública e universal. A falácia de que a privatização de serviços essenciais para o povo seria a solução é dia após dia derrubada.
Exigimos que a empresa Prevent Senior e o Governo Bolsonaro sejam responsabilizados! Viva o SUS! Fora Bolsonaro!