O PSDB enfrenta uma reviravolta significativa, sendo despejado de sua sala de liderança no Senado, que por 25 anos foi um símbolo de poder da sigla. A perda da sala estrategicamente localizada em frente ao plenário representa um duro golpe para o partido, que não atende mais aos critérios necessários para manter o espaço, onde se alojava desde 1998.
A disputa por essa sala cobiçada está prestes a se intensificar, com outros partidos de maior envergadura ansiosos para ocupar o local. Essa mudança abrupta aconteceu devido ao requisito de que um partido deve ter no mínimo três senadores para usufruir da estrutura de liderança. Com apenas dois senadores atualmente, Izalci Lucas (DF) e Plínio Valério (AM), o PSDB perdeu o direito de permanecer na sala.
Os esforços do senador Izalci para reverter a situação foram infrutíferos. Ele tentou garantir um terceiro senador, inclusive apelando para a filiação do bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES). No entanto, a entrada do parlamentar golpista foi vetada pela direção nacional do PSDB, criando ainda mais dificuldades para o partido.
A situação do PSDB no Senado continua incerta, já que a perda da sala de liderança representa um dos muitos desafios enfrentados pelo partido nos últimos anos. Sua influência e representatividade têm diminuído consideravelmente, culminando em uma série de perdas e desafios internos.
Até o início do ano a legenda atendia aos requisitos para manter o espaço por ter, até então, quatro senadores eleitos. No entanto, Mara Gabrilli (SP) migrou para o PSD e Alessandro Vieira (SE) mudou-se para o MDB. E não foram apenas os políticos que abandonaram o PSDB, pois na última semana o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou uma queda de 10,3 mil filiados ao partido tucano.
Em baixa, PSDB perde 10 mil filiados após queda em SPhttps://t.co/unxWxa2kFM
— DCM ONLINE (@DCM_online) October 22, 2023
Essa crise se aprofundou recentemente, com a anulação da segunda prorrogação da Comissão Executiva Nacional e as dificuldades enfrentadas pelo atual presidente do partido, Eduardo Leite, para conter a fragmentação. Rumores sobre a possível saída de membros-chave, incluindo a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, aumentaram as preocupações sobre o futuro do partido.
Mas, além do governador gaúcho, usuários de redes sociais também apontam para a dupla Aécio Neves e João Dória como responsáveis pela derrocada da legenda no cenário político. Enquanto o neto de Tancredo Neves abriu espaço de vez para a extrema-direita na figura de Jair Bolsonaro (PL), João Dória abraçou o discurso bolsonarista em 2018, fragmentando o poder das lideranças históricas do partido, como Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Geraldo Alckmin (PSB), hoje vice-presidente do Brasil ao lado de Lula (PT).