PSDB quer usar câncer de Bruno Covas como facada em Bolsonaro e revolta mãe do tucano

Atualizado em 18 de novembro de 2020 às 13:31
O candidato Bruno Covas ao lado do governador João Doria no bairro Jardim Paulistano: inimigos íntimos

Uma ala do PSDB aposta na doença do prefeito como uma situação que pode favorecê-lo na batalha contra Guilherme Boulos.

O partido aposta no sentimento de compaixão dos eleitores pela luta de Bruno há mais de um ano contra um câncer na cárdia, localizado na transição entre o estômago e o esôfago.

A moléstia está, segundo seus médicos, controlada. Ele faz tratamento imunoterápico e não há previsão de término.

Renata Covas, mãe do prefeito, segundo fontes do partido, ficou furiosa quando foi informada de que a doença está para Bruno como a facada para Bolsonaro.

O atentado em Juiz de Fora, ainda no primeiro turno da eleição de 2018, é considerado instrumental para a eleição de Bolsonaro.

No debate da CNN, nesta segunda, 16, Bruno sinalizou também para a estratégia de tentar rotular o adversário como radical.

Um dia depois, num encontro com aposentados, um dos coordenadores de sua campanha,  Ricardo Tripoli, foi logo chutando o pau da barraca.

“O adversário mata a mãe para ir ao baile de órfãos para poder entrar. Imagine a agressividade que esse sujeito tem”, disse, sem citar nominalmente Guilherme Boulos.

O próprio Bruno ligou para Boulos pedindo desculpas e a campanha divulgou uma nota pública alegando que não é bem assim.

O DCM checou com diversas lideranças no PSDB e a orientação é essa: rotular o candidato do PSOL como um radical de esquerda e tentar colar nele a imagem de “petista enrustido”.

Bruno inicia o segundo turno com vantagem – a Big Data Real Time dá 60% contra 40% de Boulos -, mas com inúmeros problemas pessoais e políticos.

Internamente, o prefeito tenta se distanciar de João Doria, estimulado pela velha guarda do partido, capitaneada pelo próprio Ricardo Tripoli e especialmente pelo ex-senador Aloysio Nunes, que articula em nome de Fernando Henrique Cardoso e José Serra.

De outro lado, Bruno sofre com o acordo que fez com o grupo de Milton Leite ao aceitar a indicação do vereador Ricardo Nunes como vice.

Bruno não confia no grupo e teme o poder de Milton Leite, considerado o prefeito de fato da capital.