PUBLICADO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DE LUIS FELIPE MIGUEL
Um fenômeno importante na política brasileira recente é a presença das organizações destinadas à “renovação política” com financiamento empresarial, como Agora!, Acredito, Brasil21, Renova Brasil e outros.
Trata-se de um movimento da burguesia para, a um só tempo, garantir que o dinheiro continuará pesando (mesmo que novas regras de financiamento de campanha se imponham) e buscar produzir uma elite política mais “limpa”, logo mais barata, mas que continue alinhada a seus interesses fundamentais.
A imprensa, claro, trata essas organizações como proporcionando “selos de qualidade” a candidatos, sem investigar o que elas de fato representam.
São todos oficialmente “apartidários” e costumam anunciar preferência por partidos “novos” – e aí são citados sempre Novo, Rede e PSOL.
Novo e Rede estão no seu lugar, mas o PSOL entra para que possam afirmar que apoiam “da centro-direita [sic] à centro-esquerda”.
Acho que seria bacana se a direção do PSOL tomasse uma posição clara e decidisse que não dará legenda para ninguém que tenha passado pelas escolinhas de formação de quadros do capital.
.x.x.x.x.
Luis Felipe Miguel é professor de Ciência Política na UNB.