O PSOL e deputados federais denunciaram Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por comparar professores a traficantes de drogas. A sigla, Luciene Cavalcante (PSOL-SP) e Idilvan Alencar (PDT-CE) acionaram o Conselho de Ética da Câmara, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo apuração sobre a declaração do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Luciene e Idilvan apresentaram uma notícia-crime à PGR e solicitaram a instauração de um inquérito contra a “prova inequívoca” do discurso de Eduardo, que foi gravado.
“A fala em questão é um convite para que os ouvintes ajam contra os professores, para que os impeçam de lecionar conteúdos que não sejam aceitos pela sua visão de mundo. Importante contextualizar que a fala foi feita em um evento pró-armas de fogo em um momento do país com recorrentes ataques violentos às escolas e aos professores”, afirma a denúncia.
A deputada também apresentou uma notícia-crime e uma queixa-crime ao STF, pedindo a condenação de Eduardo por calúnia e difamação. Ela diz que a pena contra o deputado pode ser aumentada por dois motivos: crime cometido contra funcionários públicos e por ter feito a declaração na frente de várias pessoas, ampliando sua divulgação
ACIONAMOS MESMO: Contra a violência simbólica, que depois se transforma em atos concretos de ataques contra as escolas, e eles mesmo lavam as mãos dizendo nada ter a ver com isso. BASTA ???? https://t.co/kElM3eYqzX
— Professora Luciene Cavalcante (@_lucavalcante) July 10, 2023
Idilvan ainda prometeu enviar um ofício aos ministérios da Justiça, dos Direitos Humanos e da Cidadania para que as pastas “tomem providências”. Ele diz que a fala de Eduardo é “criminosa” e representa “apologia à violência contra professores”.
Além disso, vamos oficiar os ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos e Cidadania para que tomem providências sobre o assunto.
Também estarei assinando representação do PDT e do PSOL no Conselho de Ética da Câmara por apologia à violência contra professores.
— Idilvan Alencar (@IdilvanAlencar) July 10, 2023
O PSOL acionou o Conselho de Ética contra o deputado, pedindo sua cassação. Segundo o líder da federação PSOL-Rede na Câmara, Guilherme Boulos, a fala é “repugnante”. “É sintomático que essa declaração venha daqueles que passaram quatro anos destruindo a educação e combatendo o papel dos professores na sociedade brasileira”, afirmou.
URGENTE! Vamos entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Eduardo Bolsonaro.
Esse insulto a todos os professores brasileiros não pode ficar impune!
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) July 10, 2023
Sâmia Bomfim também acionou a PGR. Segundo ela, Eduardo “utilizou palanque de um evento armamentista pra incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime”.
Eduardo Bolsonaro é um covarde! Num país marcado por atentados contra escolas, utilizar palanque de um evento armamentista pra incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime! Não vai ficar impune, estou acionando a PGR contra esse fascista agora mesmo!
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) July 10, 2023
Neste domingo (9), durante discurso em evento pró-armas em Brasília, Eduardo disse que não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime”.
“Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação”, afirmou o deputado.
“Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas”
Essa fala de Eduardo Bolsonaro deixa clara sua ignorância e mau-caratismo. São falas como essa que contribuem para que o Brasil seja um dos países que menos valoriza seus professores. Nojento! pic.twitter.com/GIH6uhp4uT
— Tabata Amaral (@tabataamaralsp) July 10, 2023