O PSOL modificou uma denúncia apresentada anteriormente ao Conselho de Ética da Câmara contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no ano passado. O cerne do documento é o testemunho do ex-comandante da Aeronáutica Baptista Junior dado à Polícia Federal.
O militar disse que Zambelli o pressionou a apoiar o golpe de Estado proposto pelo então presidente Jair Bolsonaro, após sua derrota para Lula nas eleições de 2022.
“A deputada Carla Zambelli é uma das principais figuras do golpismo – e, portanto, do desrespeito ao Estado Democrático de Direito – dentro da Câmara dos Deputados”, diz a representação do PSOL. “É crucial que a denúncia chegue ao Conselho de Ética e a cassação da Deputada Carla Zambelli, mais do que uma possibilidade, agora se torna um imperativo”.
“O depoimento do hacker Delgatti à CPMI que investigou os atos golpistas de 8 de janeiro nos forneceu evidências claras da participação da deputada Zambelli em mais uma tentativa de instigar um golpe”, disse o deputado Pastor Henrique Vieira.
“A deputada, que foi vista perseguindo um homem armada em São Paulo, agora é indicada por um alto funcionário das Forças Armadas não apenas como instigadora do golpe, mas como uma das principais articuladoras junto às instituições do Estado. Esperamos a investigação e a cassação da parlamentar, pois sua conduta não está de acordo com os princípios do Estado Democrático de Direito”.
O que fez Zambelli
O ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, revelou que foi pressionado por pessoas próximas a Jair Bolsonaro (PL) para aderir ao golpe de Estado tramado ao fim de 2022. À Polícia Federal, ele contou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) o cobrou para impedir que o ex-presidente, seu aliado de primeira hora, ficasse “na mão”.
“Brigadeiro, o senhor não pode deixar o presidente Bolsonaro na mão”, teria dito Zambelli, segundo Baptista Junior em depoimento à PF. A abordagem teria acontecido durante a formatura de aspirantes da Aeronáutica, ocorrida em 8 de dezembro de 2022, em Pirassununga (SP).
Em resposta, o militar afirmou ter rejeitado qualquer proposta de ilegalidade, afirmando: “Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que proponha qualquer ilegalidade”.