PT lamenta morte de dirigente assassinado por bolsonarista em Foz

Atualizado em 10 de julho de 2022 às 12:58
Marcelo Arruda

O Partido dos trabalhadores divulgou, nesta domingo (10), uma nota lamentando o primeiro assassinato político do bolsonarismo durante a campanha deste ano. O guarda municipal Marcelo Arruda, que é dirigente do PT, morreu nesta madrugada em sua festa de 50 anos de idade após levar três tiros disparados pelo bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, da Polícia Penal Federal (PPH).

Ele era diretor do Sismufi, o Sindicato dos Servidores Municipais de Foz, e, nas eleições municipais de 2020, foi candidato a vice-prefeito pelo PT. Ele comemorava o aniversário na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi) com cerca de 40 pessoas. A celebração era temática, com enfeites do PT e retratos do ex-presidente Lula. 

Testemunhas relatam que, em um determinado momento, um bolsonarista penetrou na festa começou a gritar “Mito” e outras provocações. Era o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho. “Vou matar todos vocês, desgraçados”, disse Jorge, de acordo com áudio obtido pelo DCM 

Marcelo Arruda deixa esposa e quatro filhos, um deles recém-nascido. Veja a nota do PT na íntegra: 

Mais um querido companheiro se foi nessa madrugada, vítima da intolerância, do ódio e da violência política. Em plena celebração de seu aniversário, em que comemorava seus 50 anos com familiares, amigos e companheiros, em Foz do Iguaçu, PR, nosso Marcelo Arruda foi assassinado por um bolsonarista que, pouco antes, havia interrompido a festa e ameaçado de armas na mão a todos os presentes, familiares, amigos, companheiros ali reunidos, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu.

Marcelo era guarda municipal e um grande militante do PT, tendo sido nosso candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020. As últimas imagens de sua vida, gravadas no momento em que cantavam o parabéns, registram sua alegria de viver, seu entusiasmo com a militância, seu compromisso de vida com o PT e o presidente Lula.

Antes de ser assassinado com três tiros pelo policial penal fascista que o abordou no estacionamento, Marcelo tentou ainda se defender com a arma funcional que tinha em seu carro e reagiu. O assassino de Marcelo também morreu no local.

Desde o começo do ano, quando lançou uma Campanha Nacional contra a Violência Política, o PT vem alertando a sociedade brasileira e as autoridades dos vários Poderes da República para a escalada de perseguição a parlamentares, filiados e filiadas, militantes de movimentos sociais e de outros partidos de esquerda e o crescimento da violência política no país.

Embalados por um discurso de ódio e perigosamente armados pela política oficial do atual Presidente da República, que estimula cotidianamente o enfrentamento, o conflito, o ataque a adversários, quaisquer pessoas ensandecidas por esse projeto de morte e destruição vêm se transformando em agressores ou assassinos.

Marcelo estava na flor da idade, tinha uma vida pela frente com sua família, esposa e quatro filhos, a quem prestamos nossa total solidariedade e apoio, e sonhava com um Brasil justo e democrático, fraterno e solidário, que queria construir com o povo brasileiro a partir da derrota do fascismo e da eleição de Lula Presidente.

Basta de violência! Basta de destruição! É tempo de reconstrução e transformação do Brasil e das relações entre brasileiros e brasileiras! Vamos chorar e enterrar mais um companheiro que tombou vítima da violência política, basta!

Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário.

Marcelo, não esqueceremos de você, em sua memória continuaremos na luta contra a violência, a injustiça e a intolerância. Presente, hoje e sempre!

Gleisi Hoffmann, Presidenta Nacional do PT
Abdael Ambruster, Coordenador Nacional do Setorial de Segurança Pública do PT

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