Beto Viana afirmou que foi contratado para se passar por apoiador de Bolsonaro no cercadinho. Em entrevista à Folha, o publicitário afirma ter sido um falso bolsonarista em Brasília a mando do site Foco do Brasil.
De acordo com o publicitário, uma pessoa de nome Anderson, do site Foco do Brasil, o indicou para fazer uma pergunta direcionada ao presidente. O veículo foi criado pelo bolsonarista Anderson Azevedo Rossi e tem, atualmente, quase 2,9 milhões de inscritos no YouTube.
“Aí ele falou: ‘Eu vou mandar a pergunta aí no WhatsApp e você faz essa pergunta pra ele. Se qualquer outro apoiador for falar com o presidente, você corta porque o presidente está esperando essa pergunta sua. Aí ele mandou o texto do jeitinho que era pra eu falar”, disse.
Depois da pergunta, o publicitário afirma ter recebido uma transferência bancária de R$ 1.100. Segundo ele, a informação foi a de que era um adiantamento de seu salário mensal, de R$ 2.000. Além disso, foi orientado a não fazer mais perguntas e só ficar de figurante, para não levantar suspeitas de outros veículos de imprensa.
Mensagens de WhatsApp armazenadas no telefone de Viana mostram que, às 8h26 daquele dia, o contato de nome “Anderson Foco do Brasil” mandou mensagens com o texto literal do questionamento e, posteriormente, orientou-o a sempre se fingir de apoiador e buscar não levantar suspeitas de outros repórteres que fazem a cobertura jornalística no local.
O publicitário, que hoje trabalha como motorista de aplicativo, afirma que continuou indo ao cercadinho e foi orientado a não fazer mais perguntas e só figurar como apoiador. Cerca de um mês depois, foi dispensado.
Essa mitada ensaiada do presidente pra atacar o próprio ministro da saúde e a Rede Globo na ocasião da pandemia custou R$ 1.100 ao canal Foco do Brasil. pic.twitter.com/b0uRsRAFjJ
— jairme (@jairmearrependi) September 20, 2022