Putin discursa sobre a guerra da Ucrânia: Ocidente começou o conflito e estamos usando a força para cessá-lo

Atualizado em 21 de fevereiro de 2023 às 7:47
Vladimir Putin, presidente da Rússia. (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira (21), durante um raro discurso presencial, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou os Estados Unidos e os países europeus de quererem destruir seu território e fez uma nova leva de ameaças.

Poucos dias antes de a invasão ao país vizinho completar um ano, Putin discursou em um auditório formado por membros da Assembleia Federal, principal órgão legislativo da Rússia, e membros das Forças Armadas do país, além de seus ministros.

A guerra, para Putin, é resultado de uma busca dos países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, por um “poder ilimitado” nos assuntos e políticas mundiais.

O líder russo destacou que vencer a Rússia é impossível e que são falhas as tentativas do ocidente de infligir derrota estratégica à seu país.

“O que isso significa para nós? Significa acabar conosco de uma vez por todas. Ou seja, eles pretendem transformar o conflito local em um confronto global. É assim que entendemos tudo isso, e vamos responder em conformidade, porque neste caso já se trata da existência do nosso país. Mas eles também não podem deixar de entender que é impossível derrotar a Rússia no campo de batalha”, disse o presidente.

O russo disse ainda que os países ocidentais admitiram que os acordos de Minsk de 2014-2015, destinados a abrir caminho para a paz na Ucrânia, concedendo status às Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, nada mais eram do que “um espetáculo diplomático, um blefe”.

“Eles estão quase orgulhosos e se deleitam com sua traição… O tempo todo enquanto Donbass estava queimando e sangue sendo derramado, enquanto a Rússia buscava sinceramente… uma solução pacífica, eles estavam brincando com a vida das pessoas. Eles estavam jogando, como dizem em certos círculos, com um baralho empilhado”, disse.

Por fim, Putin acusou o Ocidente de usar esse “método desprezível de engano” durante as campanhas na Iugoslávia, Iraque, Líbia e Síria. “Eles nunca vão se livrar dessa desgraça”, afirmou, acrescentando que, como ex-potências coloniais, as nações ocidentais se acostumaram a acreditar que poderiam se safar de qualquer coisa.

Para o presidente russo, a guerra é necessária para proteger sua “pátria”, garantir a “verdadeira independência” e proteger a manutenção dos “valores” tradicionais de seu país, constantemente ameaçados pelo ocidente, segundo ele.

 

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