Putin ignora Ucrânia e Zelensky fala em destruir Exército russo

Atualizado em 31 de dezembro de 2023 às 22:54
Montagem de fotos de Putin e Zelensky
Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky fizeram seus discursos de Ano-Novo – Reprodução

Com as eleições iminentes em março, o presidente russo Vladimir Putin abordou sutilmente a questão ucraniana em seu discurso de Ano-Novo neste domingo (31). Em contraste, Volodymyr Zelensky, líder da Ucrânia, adotou um tom mais incisivo, mencionando a intenção de “destruir” o Exército russo.

“No ano que vem, o inimigo vai sofrer os estragos causados por nossos recursos domésticos”, declarou Zelensky, referindo-se ao vasto arsenal de drones do país, que atingirá a marca de um milhão em 2024.

Destacando uma mudança de tom em relação ao ano anterior, quando Putin apareceu ao lado de soldados enfatizando a luta pela sobrevivência da Rússia, seu discurso neste ano foi notável por enfatizar a união. Transmitida pouco antes da meia-noite em cada um dos 11 fusos horários russos, a mensagem gravada de Putin abordou a economia e a inflação, temas de relevância direta para os eleitores.

“Para todos que estão em um posto de combate, na linha de frente da luta pela verdade e justiça: vocês são nossos heróis, nossos corações estão com vocês. Temos orgulho de vocês, admiramos a coragem de vocês”, afirmou Putin, com o cenário mais tradicional do Kremlin ao fundo.

A Ucrânia não foi mencionada diretamente, tampouco a operação militar especial, termo utilizado por Putin para descrever o conflito iniciado em fevereiro de 2022. O foco foi direcionado para questões econômicas e inflacionárias, que têm implicações significativas para os eleitores.

Com as vozes da oposição e dissidências abafadas, Putin, aos 71 anos, parece encaminhar-se para mais uma vitória eleitoral, consolidando assim 24 anos no poder.

Rússia bombardeou Kharkiv, na Ucrânia
Rússia bombardeou Kharkiv, na Ucrânia – Foto: AFP

“Já provamos mais de uma vez que podemos resolver os problemas mais difíceis e nunca recuaremos, porque não há força que possa nos dividir”, afirmou Putin.

O discurso não abordou os supostos centenas de milhares de soldados russos mortos e feridos, tampouco os ataques ucranianos em solo russo, como a incursão em Belgorod, a 34 km da fronteira, no último sábado (30).

A revolta liderada por Ievguêni Prigojin, líder do grupo de mercenários Wagner, que faleceu em um acidente de avião em junho, também foi ignorada.

Em vez disso, Putin buscou retratar a Rússia como uma nação unida, solidária e “firme na defesa de interesses nacionais, da liberdade e segurança, de nossos valores”.

“Trabalhar pelo bem comum uniu a sociedade”, enfatizou. “Estamos unidos em pensamentos, trabalho e batalha, nos dias úteis e nas férias.”

*Com informações da Folha de S.Paulo

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