Na tarde desta terça-feira (30), Felipe Nunes, diretor da Quaest Pesquisa e Consultoria, usou sua página no X/Twitter para compartilhar uma série de gráficos sobre informações que envolvem a taxa média de adesão dos partidos à agenda do Executivo na Câmara dos Deputados e a taxa de aprovação da agenda do Executivo na Câmara em 2023, primeiro ano do terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os dados divulgados pelo especialista em pesquisa de opinião apontam que o Lula 3 tem a maior taxa de sucesso legislativo (levando-se em conta PLs, PLPs e PLCs) da história recente: 36,6%. Essa porcentagem supera a taxa no Lula 1 (35,1%) e no FHC 1 (29,6%). Confira:
A adesão aos projetos do Executivo entre todos os partidos que participam da coalizão de governo varia entre 46,7% (UNIÃO) e 85,3% (PT). É muita variação. Como o próprio @abranches escreveu, ‘ficou impossível formar coalizões estáveis’ no Brasil.
Apesar da variação na adesão partidária, o governo Lula 3 tem a maior taxa de sucesso legislativo (considerando PLs, PLPs e PLCs) da história recente: 36,6%. É maior do que a taxa no Lula 1 (35,1%) e FHC 1 (29,6%). Como o governo tem produzido governabilidade?
Ao invés de atrair as bancadas em bloco, o governo atrai deputados individualmente. No União Brasil, por exemplo, a taxa de adesão varia entre 4% (Nicoletti – RR), e 85% (Douglas Viegas – SP). O desvio-padrão chega a 27 pontos, 3x maior que a dos partidos de esquerda.
Ainda mais interessante é o comportamento do partido do governador Tarcísio de Freitas. Dentro do Republicanos a adesão à agenda do governo varia entre 14% (Messias Donato – ES) e 91,6% (Raniery Paulino – PB). O desvio padrão da adesão também é alto, próximo dos 27 pontos.
Este mesmo padrão se repete em partidos como PSDB (desvio de 19pp), MDB (desvio de 19pp) e PSD (desvio de 16pp). O padrão é tão forte que até no PL há deputados adesionistas (desvio de 24pp), como o João Carlos Bacelar (BA), o Robinson Faria (RN) e o Icaro de Walmir (SE).
Muitos nomes estão sendo dados a esse novo sistema de governabilidade. Fato é que sem as condições objetivas para construir uma coalizão majoritária estável, o presidente Lula reinventou o modelo. O custo parece ser mais alto, o trabalho maior, mas os resultados são bons.
Aderindo quem está disposto a votar contra a média do seu partido, o governo atropela os partidos e vem conseguindo aprovar sua agenda. Parte deste sucesso pode estar associado ao conteúdo em discussão, projetos mais próximos das posições do plenário conservador da Câmara.
Também há contribuição decisiva do presidente Lira, que tem pautado a agenda em regime de urgência. Ou seja, o modelo funciona, mas é instável. Se vai persistir, vai depender de quanto Governo e Lira serão capazes de trabalhar juntos até o começo de 2025″.
1/ A adesão aos projetos do Executivo entre todos os partidos que participam da coalizão de governo varia entre 46,7% (UNIÃO) e 85,3% (PT). É muita variação. Como o próprio @abranches escreveu 'ficou impossível formar coalizões estáveis' no Brasil. pic.twitter.com/A2j0bIcl4D
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) April 30, 2024