Serra e Thor se encontraram nas estatísticas do Diário.
O artigo que escrevi sobre o famigerado atentado de bolinha de papel sofrido por Serra na última campanha presidencial se reproduziu pela internet e logo se tornou o campeão de leitura do Diário.
A liderança está prestes a ser ultrapassada agora pelo texto que escrevi sobre o atropelamento cometido por Thor Batista na direção de uma McLaren de quase 3 milhões de reais. Apenas no Facebook, mais de 3 300 pessoas clicaram em cima do sinal que diz que gostaram.
O que isso diz?
Sobre Serra, é simples. Os brasileiros estavam e estão cansados de espertezas farisaicas como a de Serra depois de ser atingido pelo nada, ou pelo quase nada. Uma tomografia para gerar malandramente o impossível – simpatia popular por Serra? Ora.
Expedientes como esse são do mesmo calibre da pregação clandestina da mulher de Serra, felizmente captada por um jornalista. Monica Serra disse a pessoas humildes que Dilma era a favor de “matar criancinhas”.
O Brasil esá cansado desse tipo de coisa.
Mas.
Mas eis que Serra está aí, uma espécie rara entre políicos no mundo todo, aquela que se alimenta não das vitórias mas das derrotas, não da fartura mas da escassez de votos.
Quanto a Thor, tenho para mim que o texto estourou no Diário menos por ele e mais por seu pai, Eike.
Uma coisa, em particular, me parece absurda em Eike: suas reiteradas declarações de que deseja ser o homem mais rico do mundo. É muita pobreza mental para tanto dinheiro. Nenhum assessor disse a ele que é o tipo de coisa que não deve ser dita, quanto mais gritada?
Num país de tanta desigualdade, num mundo em que somos confrontados o tempo todo com fotos de miseráveis espalhados por todas as partes, a ambição pecuniária de Eike é simplesmente patética.
O Brasil merece ricos de maior musculatura interior.
Thor foi exposto a aquilo desde o berço. Pobre menino rico.