Quando Vanusa errou o Hino Nacional. Por Tânia Mandarino

Atualizado em 8 de novembro de 2020 às 22:55

POR TÂNIA MANDARINO

Vanusa no dia em que ela errou o hino nacional – Foto: Reprodução

Vanusa deve ter lá os seus problemas e nem pretendo entrar no mérito a esse respeito…

Pobre coitada, a infeliz teve um desgraçado momento e eu, como brasileira que viu um de seus símbolos máximos ser tão aviltado, perdoo a pobre diaba na tentativa de, assim, não retirar-lhe a dignidade de sua pessoa humana.

Imperdoável foi a atitude dos agentes públicos que se encontravam presentes naquele 1º Encontro Estadual em São Paulo. A esses não perdoarei JAMAIS enquanto viver!

Talvez porque tenha visto refletida neles toda a covardia e inércia que permeia o povo brasileiro, talvez porque não tenha encontrado nenhum resquício de dignidade naquela massa passiva (eu disse passiva e não pacífica!) que não se prestou a defender o Hino Nacional Brasileiro e a dignidade da Vanusa

A verdade é que não os perdoarei JAMAIS por não terem reagido ante o lamentável episódio e, ao não reagirem, perderam a excelente oportunidade de praticarem uma ação verdadeiramente solidária, ética, honrada, educada, elegante.

Ah, como os odeio por terem perdido tal oportunidade! Houvesse um Brasileiro com B maiúsculo entre os presentes e imediatamente teria puxado o coro em socorro a artista.

Houvesse mais de um, teria acompanhado o coro! O Hino Brasileiro, cantado assim, em socorro a uma artista nas manhãs de setembro, entoado com correção e brio até dispensaria uma perfeita afinação para que tivesse o poder encantado de desenhar novos contornos e rumos no nosso jeitinho de ser e de viver brasileiro.

Mas não, aquele bando de cordeiros que se denomina agentes públicos permaneceu impassível (exceto alguns, poucos, que fizeram caras e bocas) ante o pastoreio da ignomínia.

Pensaram, com isso, que estavam sendo gentis, polidos, elegantes e educados. Omissos, é o que foram! E é por isso que eu perdoo a Vanusa, pois ela ao menos tentou – com os nítidos problemas que enfrenta, mas tentou!
O bando de cornos que ali a tudo assistiu se achando elegante, a esses não perdoarei JAMAIS.

E de nada adiantará meu amigo psicanalista me explicar que foi o choque que os emudeceu e por isso não reagiram; de nada adiantará meus amigos hinduístas argumentarem que foi uma atitude pacífica em função do carma.

De nada adiantará meus amigos humanistas me lembrarem de que eles não sabiam a letra. Não os perdoo e pronto!

Aliás, pensando bem, Vanusa deu um espetáculo exatamente à altura de um evento que reúne agentes públicos, infelizmente, mas é isso o que comprovou a (falta de) reação dos gajos.

E a partir de agora começo a ensaiar o Hino Nacional todas as manhãs antes de sair de casa: no espelho, que é para quando precisar acudir um compatriota em apuros eu poder fazê-lo e contagiar o bando. Que Deus me ajude a decorar a letra, porque a música eu cantarolo bem!