Francisco Adjuto, primo de José Eugênio, o sujeito que usou uma suástica num bar de Unaí, em Minas, escreveu um post no Facebook pedindo desculpas pelo parente.
“Espero que ele acerte as suas contas com a polícia e a justiça pelo que fez, para que aprenda a ter a humildade que a vida nos exige”, escreve.
Eis o depoimento:
Às amigas e amigos do facebook, a todos que me conhecem, e, sobretudo, a quem interessar possa: sou integrante da família Adjuto, portanto, como muitos gostam de dizer aqui em Unaí/MG, sou dos Adjutos. E com muito orgulho.
Sei que a minha família, como todas as outras, têm acertos e defeitos, todos eles inerentes aos seres humanos, mas, irmanada com milhares de outras valorosas entidades familiares, sempre amou e lutou muito para que a nossa cidade chegasse onde chegou, ou seja, num lugar maravilhoso para se viver.
Vi, ontem, com muita tristeza, uma vexaminosa cena de meu primo José Eugênio Adjuto, popularmente conhecido por Zecão Adjuto, sentado em um dos bares mais movimentados da cidade e usando uma suástica nazista em seu braço esquerdo, fato que chamou a atenção de dezenas de pessoas que estavam no referido estabelecimento comercial e de milhões de outras no Brasil e mundo afora, marcadamente nas redes sociais, tendo, algumas delas, até mesmo, chamado a polícia para averiguar a situação, eis que a apologia ao nazismo aqui no Brasil e em diversos outros países do mundo é crime punido com pena até bastante elevada.
Ao ser identificado o meu primo, muitas pessoas passaram a agredir a minha família, os Adjutos, como um todo, coisa que eu absolutamente não concordo, pois não sou responsável pelas sandices de qualquer parente meu, e principalmente levando-se em consideração que os dedos das mãos não são iguais.
Abomino o que o meu parente fez, e, apesar de saber que ele enfrenta sérios problemas psíquicos de saúde, fato que é do conhecimento de várias pessoas que também o conhecem aqui na cidade, sei que ele agiu de maneira consciente, e por isso mesmo, não passo a mão leve na sua atitude, ao contrário, reprovo-a veementemente, eis que isso não é o papel de uma pessoa que pretende viver em uma sociedade plena, fraterna e justa, e, portanto, só me resta pedir desculpas à sociedade unaiense, porque a cidade, mais uma vez, fica famosa no mundo inteiro por causa de imbecilidades aqui praticadas.
Como dito, sou dos Adjutos, mas não vivo de bengala de sobrenome, porém, sempre que puder, vou soerguê-lo, pois tenho muito orgulho dele e de meus ancestrais, sendo de se destacar que a minha família, como um todo, não pode ser execrada por um ato isolado de um dos seus.
Espero que ele acerte as suas contas com a polícia e a justiça pelo que fez, para que aprenda a ter a humildade que a vida nos exige, e sobretudo, a fim de que não manche os nomes de seus honrados país, Domingos Brochado Adjuto e Walderez Lepesqueur Adjuto, pessoas boníssimas, honestas, generosas, solidárias, amáveis, trabalhadeiras, e que deram uma excelente e esmerada educação ao seu filho, pois eu sou prova disso.
Se ele não assimilou, não é por culpa deles, que também, de onde estiverem, pois já foram chamados para a vida eterna, devem estar extremamente envergonhados.