Queimadas: Amazônia registrou mais de um foco de fogo por minuto nos últimos dias, diz Inpe

Atualizado em 28 de agosto de 2024 às 7:20
Área atingida pelo fogo na Amazônia. Foto: reprodução

A Amazônia registrou um total de 3.430 queimadas entre os dias 24 e 25 de agosto, com 1.442 focos de incêndio no domingo e 1.988 na segunda-feira. Isso representa uma média de 1,19 queimada por minuto, segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Desde o início do ano até essa segunda-feira, o bioma já acumulava 52.104 focos de calor, o que reflete um aumento significativo de 81% em comparação aos 28.787 focos observados no mesmo período de 2023.

Nos últimos dias, o Brasil tem enfrentado sérias dificuldades em diversas regiões, com nuvens de fumaça se espalhando por vários estados. Além dos incêndios localizados, como os que ocorreram em São Paulo e nos biomas do Cerrado e Pantanal, a fumaça das queimadas no Norte do país também tem contribuído para agravar a situação.

Durante a última semana, houve um aumento expressivo nas queimadas na Amazônia. Na quarta-feira, 21 de agosto, foram identificados 1.635 focos de incêndio. Na quinta-feira, o número caiu para 924, mas logo voltou a subir, com os satélites do Inpe detectando 1.659 pontos de fogo, sendo 1.265 apenas no sábado.

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Área atingida pelo fogo na Amazônia. Foto: reprodução

Agosto, mesmo antes de terminar, já é o mês com o maior número de queimadas em 2024, totalizando 27.181 focos até o momento. Até então, julho liderava esse ranking com 11.434 registros.

Embora os números sejam preocupantes, esse aumento é consistente com um padrão histórico observado desde o início do monitoramento das queimadas pelo Inpe em junho de 1998. Geralmente, o fogo começa a se intensificar em junho, atinge seu pico em setembro e diminui logo depois, acompanhando o ciclo de seca durante o verão amazônico.

Vale destacar que as condições de seca severa têm favorecido as queimadas na Amazônia e em outras partes do Brasil. O Distrito Federal e outras 16 unidades da federação estão passando pela pior estiagem dos últimos 44 anos, conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Os estados mais impactados pela seca incluem Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins. Além disso, o Cemaden identificou que 3.782 dos 5.570 municípios brasileiros estão enfrentando algum nível de estiagem, sendo que 404 desses municípios estão em situação de estiagem extrema.