O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi aconselhado a trazer o coração de Dom Pedro I para o Brasil pela médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi (PROS), que se tornou conhecida após sua participação na CPI da Covid.
Em entrevista ao jornal O Globo, ela contou que sugeriu a Bolsonaro a vinda do órgão ao Brasil. Segundo ela, que é candidata à deputada federal pelo PROS, o simbolismo do imperador, visto como um ícone do liberalismo, justifica todos os esforços feitos.
Ela disse ter feito gestões junto à Família Real que teria ajudado a obter a autorização de Portugal para o transporte do órgão. O coração de Dom Pedro I chegou nesta segunda-feira (22) ao Brasil e está prevista uma cerimônia de recepção à relíquia para amanhã (23).
“Eu dei o primeiro passo para tornar isto possível, inspirada pelo advogado Dr. Raul Canal (advogado especialista em direito médico), que mencionou que Dom Pedro I tinha criado os Dragões da Independência e que tinha esta história do coração estar no Porto, em Portugal, e o corpo aqui no Brasil, no Museu do Ipiranga”, contou Nise Yamaguchi.
“Então, falei com o Presidente Bolsonaro, Dom Bertrand de Orleans e Bragança (que morreu em 15 de julho deste ano) e o Príncipe Dom Luiz Philippe de Orleans e Bragança”.
De acordo com ela, logo após seu contato, Dom Luiz Phillippe de Orleans e Bragança, tetraneto de Dom Pedro I, teria ido a Portugal onde deu início às negociações para o traslado do coração do imperador junto à Câmara Municipal.
“O Príncipe Dom Luiz Philippe visitou a igreja do Porto, falou com o responsável e também com a Câmara de Vereadores do Porto. Agora, o Ministério de Relações Exteriores está cuidando do assunto através do Itamaraty. Estou feliz com esta possibilidade concretizada, do congraçamento do Brasil com a sua origem através deste ato repleto de simbolismo”, disse.
“A gratidão que temos pela Família Real no Brasil, por ter nos concedido a liberdade e também, antes disto, a liberdade dos escravos. Isso faz com que a gente tenha vontade de homenagear os grandes seres que participam da nossa história. Em especial a Dom Pedro I”.
Durante a pandemia, Yamaguchi foi escalada pelo governo para defender na CPI da Covid o uso da hidroxicloroquina e do chamado Kit Covid. Na comissão, ela fez declarações polêmicas e comparou a pandemia ao holocausto, o que provocou seu afastamento imediato do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na época. Após a confusão, a médica lançou pré-candidatura a deputada federal nas eleições deste ano.