Quem deu ao medíocre Caio Ribeiro, bolsonarista de armário, o poder de censurar Raí? Por Kiko Nogueira

Atualizado em 1 de maio de 2020 às 11:05
Caio Ribeiro não quer que falem mal de Bolsonaro

Caio Ribeiro não é apenas um comentarista ruim, um campeão de platitudes.

Caio Ribeiro é um idiota também fora da TV. Um idiota full time.

Do alto de seu ego, resolveu repreender Raí por bater em Bolsonaro e sugerir que o sujeito pegue o boné.

Diretor do São Paulo, o mesmo clube que fez a fama de Caio, Raí criticou o presidente por “inventar crises políticas ou de interesses próprios, familiares, no meio de uma pandemia”.

“Se perder a governabilidade, eu torço e espero uma renúncia para evitar o processo de impeachment, que sempre é traumático”, disse.

Ainda honrou o irmão. “Bom, se vocês acharam o meu depoimento forte, imagina o Sócrates”, afirmou, lembrando sua “importância gigantesca na história do país”.

Segundo Caio, Raí “falou muito pouco de esporte e muito sobre política”.

“Ele, por mais que ele fale que é a opinião pessoal dele, hoje é o homem forte do São Paulo e as declarações e opiniões que emite respingam na instituição. Na hora que ele fala de renúncia, dos hospitais públicos e tudo isso, me parece que tem conotações políticas em relação a preferências”, pontuou.

E daí? Algum problema com relação a preferências?

Raí é um cidadão proibido de dizer o que pensa? Ou pode falar desde que de acordo com o que Caio mandar?

Caio é censor? Quem lhe deu esse poder? A Globo?

Ao decidir que Raí não pode opinar sobre política, Caio Ribeiro está, evidentemente, fazendo política.

Em 2018, Tiago Leifert escreveu um artigo na falecida GQ no mesmo teor.

Segundo Tiago, “tem muita coisa contaminada por aí. Precisamos imunizar o pouco espaço que ainda temos de diversão. Textão é no Facebook. Deixem o esporte em paz”.

Naquele ano, o Brasil elegeu um psicopata presidente da República, que contou muito com a ajuda de manés como Tiago e Caio. No mínimo, pela omissão.

O mundo encantado de Caio e Tiago é o do ignorante feliz. O planeta Neymar. 

O futebol brasileiro padece desse mal: atletas e dirigentes bem pagos e hipócritas, evangélicos chegados no pecado e na sonegação e fãs de um fascista no vestiário.

Raí honra a tradição de Sócrates, Reinaldo, Tostão, Juninho Pernambucano, entre outros.

Por que eles não deveriam protestar diante do desastre humanitário protagonizado por Bolsonaro?

Infelizmente para Caio Ribeiro, existem homens como Raí, atletas e torcidas no mundo inteiro que têm a mania de se indignar com iníquos sem pedir-lhe permissão.