Quem é Alexandre Figueiredo, auditor do TCU responsável por “estudo paralelo” sobre supernotificação de mortes por covid

Atualizado em 17 de junho de 2021 às 10:31
Alexandre Figueiredo Costa e Silva, auditor do TCU que repassou dados falsos a Bolsonaro

Convocado para depor na sessão adiada desta quinta (17) na CPI da Covid, Alexandre Figueiredo é o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) que realizou um “estudo paralelo” que apontava uma suposta supernotificação de mortes por covid-19 no país.

Ele é servidor da corte de contas há 13 anos, mas só virou notícia após o presidente Jair Bolsonaro falar sobre o tal estudo.

Figueiredo foi oficial da Marinha até 2006 e trabalhou no Ministério da Justiça até 2007.

Atualmente, tem o cargo de supervisor no Núcleo de Supervisão para o Aprimoramento das Atividades de Controle Externo. Até 30 de março deste ano, trabalhava na Secretaria de Controle Externo da Saúde.

Nas redes, curte páginas do presidente, do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e do Partido Novo.

Ele é defensor da ivermectina contra covid, mas também apoia a vacina na internet.

Durante a campanha eleitoral do ano passado, ele criticou Guilherme Boulos, do PSOL, por reunião com correligionários.

Alexandre também costuma atacar veículos de imprensa nas redes, reclamando que elas não divulgam “boas notícias”.

“Falar que o Brasil é um mau exemplo é ridículo. A imprensa deveria ressaltar o esforço que gestores do SUS e profissionais de saúde estão fazendo. Podemos não ser perfeitos, mas temos que ter orgulho do nossos sistema de saúde”, escreveu ele no início da pandemia.

O auditor do TCU tem ligação familiar com o PSB e já chegou a fazer campanha para um candidato da sigla, Eliseu Gabriel, seu sogro.

Relembre o caso:

No dia 7 de junho, o presidente citou o tal documento que apontava que cerca de 50% das mortes registradas por covid não eram em decorrência da doença.

No mesmo dia, o tribunal negou a informação e disse que não é de sua autoria o suposto relatório.

Agora, o servidor é alvo de processo administrativo disciplinar no TCU e foi convocado para depor na CPI da Covid.

Ontem (16), Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu um habeas corpus para que o auditor pudesse ficar em silêncio na comissão.

Ele foi ao Senado prestar depoimento, mas a sessão foi suspensa por conta da votação da MP da privatização da Eletrobras.