Após divergências entre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-SP), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a vaga de Deltan Dallagnol fique com o colega de partido no Podemos Luiz Carlos Hauly.
Hauly. 72, não é nenhum novato na política. Tornou-se deputado federal por Paraná em 1991 e ficou na Câmara por sete mandatos seguidos, até 2019. Durante os 28 anos, ele foi filiado ao MDB, PP e PSDB, partido que ficou quase o período todo.
A popularidade do ex-tucano despencou entre os paranaenses na última década. Em 2010, recebeu mais de 110 mil votos e, em 2022, não conseguiu ser eleito, tendo apenas 11 mil votos, cerca de 10% o número de 12 anos antes. A baixa adesão ao público no Paraná foi o motivo da discordância entre as instâncias eleitorais, sendo que o TRE-PR afirmou que ele não poderia assumir a cadeira no Congresso sem alcançar o número mínimo de votos.
A vida política de Hauly começou em 1973, quando foi eleito vereador em Cambé, cidade na região metropolitana de Curitiba. Um ano depois formou-se em educação física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), e foi nessa cidade que tentou ser prefeito em quatro oportunidades. Não teve sucesso em nenhuma.
Em âmbito estadual, foi secretário da Fazendo em duas ocasiões: durante o governo de Álvaro Dias (Podemos), nos anos 1980, e de Beto Richa (PSDB), entre 2011 e 2013. No ano passado, Hauly fez campanha junto do seu antecessor, Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato, que investigava Richa, a quem o novo ocupante da cadeira já dedicou vários discursos no Congresso.
Luiz Carlos Hauly sempre se destacou pela atuação nas pautas econômicas e defende uma reforma tributária. Ele foi o autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 110, de 2019, que está em tramitação no Senado.
A proposta extingue nove tributos e pretende criar um imposto sobre o valor agregado de competência estadual, chamado de Operações com Bens e Serviços (IBS) e outro de competência federal, batizado de Imposto Seletivo. Bernard Appy, que ocupa o Ministério da Fazenda sendo secretário extraordinário da Reforma Tributária, é defensor PEC.
Em 2016, ele votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), mas afirmou que a PEC 110 o aproxima do atual governo, embora tivesse atuado sempre na oposição dos governos petistas. Outro destaque de Hauly na agenda econômica foi a criação da proposta que deu origem à Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, de 2006.
No Instagram, onde defende a reforma no sistema tributário com frequência, o deputado do Podemos gravou um vídeo falando da decisão do STF e aguarda pela oficialização do seu mandato:
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