Marcos Granconato é um pastor da Igreja Batista Redenção, de São Paulo, que ficou conhecido nos últimos dias por uma mensagem nada cristã que publicou em suas redes sociais. De acordo com ele, a maioria dos “mendigos” têm “dever bíblico” de passar fome. Ele conta com mais de 20 mil seguidores no Facebook e 30 mil no Instagram. Membro de uma linha mais tradicional da religião evangélica, chamada de protestantismo histórico, diferente do pentecostalismo e neopentecostalismo, seu nome é conhecido apenas em uma parte do meio evangélico.
“A maioria dos mendigos têm o dever bíblico de passar fome, pois Paulo diz aos tessalonicenses: ‘Se alguém não trabalha, que também não coma'”, publicou o pastor no dia 01 de maio em seu Facebook. Nos comentários, ele reforçou o preconceito, chamando as pessoas em situação de rua de “vagabundos”.
O religioso frequentemente se exibe portando armas de fogo e treinando em clubes de tiro. Ele se afirma defensor da prática de tiro esportivo e de que as pessoas tenham armas em casa. “Pastor, tem que carregar a bíblia e não arma”, comentou um seguidor em uma publicação com essa temática. “Eu atiro com as duas”, respondeu Marcos Granconato.
No final de 2019, Granconato promoveu um final de semana de palestras para jovens com o assunto “Marxismo Cultural, a religião secular”. Ele defende que no meio secular, ou seja, fora da igreja, existe uma ideia de que o homem é naturalmente santo e que as atitudes erradas são por causa da influência de fatores externos.
“No Cristianismo autêntico existe a natureza pecaminosa. Ainda que o homem seja a imagem e semelhança de Deus, e merece ser respeitado, existe a natureza pecaminosa que induz a práticas erradas. Se alguém opta pela ociosidade, isso não faz da pessoa uma vítima, isso faz da pessoa culpada por não controlar a sua natureza pecaminosa. Temos que resgatar esses conceitos cristãos do passado”, defendeu o pastor no encontro.