Quem é o agente de jogadores suspeito de ligação com o PCC, sequestro e tortura

Atualizado em 20 de agosto de 2024 às 21:53
Danilo Lima de Oliveira (o último à direita) quando Emerson Royal se apresentou ao Barcelona
Danilo Lima de Oliveira (o último à direita) quando Emerson Royal se apresentou ao Barcelona – Reprodução

O agente de jogadores Danilo Lima de Oliveira, conhecido como Tripa, está sob investigação por suspeita de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele é acusado de participação em um sequestro seguido de tortura, ocorrido em janeiro de 2022, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.

Segundo informações reveladas pelo jornal O Globo, o corretor de imóveis Antonio Vinícius Lopes Gritzbach, vítima do crime, disse que Oliveira foi um dos sequestradores mais violentos, chegando a mandar que ele se despedisse da família e ameaçando esquartejá-lo com luvas cirúrgicas.

Danilo Oliveira é sócio da empresa Lion Soccer Sports, que representa jogadores de diversos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Ele já atuou em negociações de grande destaque, como a contratação do lateral-direito Emerson Royal pelo Barcelona em 2021, por cerca de R$ 60 milhões. Não há evidências de que os atletas agenciados por ele soubessem de qualquer relação com atividades criminosas.

A participação do agente no crime veio à tona após Gritzbach, preso e acusado de ser o mandante do assassinato do megatraficante do PCC, Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo. O réu revelou detalhes sobre esquemas de lavagem de dinheiro da facção, que envolvem o mercado de futebol. A delação foi homologada pela Justiça em abril de 2023.

Ministério Público de São Paulo
Ministério Público de São Paulo – Divulgação

Gritzbach foi acusado pelo PCC de desviar R$ 100 milhões e ordenar a morte de Cara Preta, dono do dinheiro. Após o assassinato, membros da facção o sequestraram para tentar recuperar a quantia e vingar a morte do traficante. Em depoimento, ele relatou que foi submetido a um “tribunal do crime” durante mais de 9 horas, ocasião na qual Oliveira teria sido o mais ameaçador.

Além de Danilo Oliveira, outros dois homens foram identificados como participantes da sessão de tortura: Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como Django, e Rafael Maeda Pires, o Japa, ambos também envolvidos no agenciamento de jogadores de futebol. Esses dois últimos foram mortos nos meses seguintes ao sequestro.

Gritzbach foi libertado após prometer recuperar o dinheiro, mas acabou preso e colaborou com o Ministério Público de São Paulo. A partir de sua delação, espera-se que o MPSP avance nas investigações sobre os esquemas de lavagem de dinheiro do PCC envolvendo o futebol. Danilo Oliveira, por sua vez, nega qualquer participação no sequestro e continua em liberdade.

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