Enquanto boa parte do mundo tinha os olhos voltados para o terrível ataque em Barcelona, um grupo fascistóide aguardava Lula em Salvador.
Se o propósito era o de um atentado, em breve saberemos. A verdade é que alguns deles estavam armados e pelo menos dois efetuaram disparam. Cinco foram detidos.
Um deles, Adjalbas Pereira, identificado pela polícia como um dos autores de disparo, afirmou ser militar. É um notório anti-Lula, anti-PT. Mas, sobretudo, é um maluco favorável à intervenção militar e que agora precisa ser mantido sob vigilância. Afinal de contas, mostrou do que é capaz.
Já no ano passado, mais precisamente no dia 31 de julho, ele também estava num ato contra Dilma Rousseff, no Farol da Barra em Salvador, com outra centena de desmiolados com roupas camufladas, portando uma faixa com a inscrição ‘Intervenção Militar’, que foi recolhida por agentes municipais.
Adjalbas ficou irado com a atitude.
“A gente foi argumentar para saber se tinha alguma determinação legal para a retirada da faixa, mas não falaram que lei é essa”, disse o ‘militar’ contestando o autoritarismo (!?!?). Louco é pouco.
Adjalbas Pereira concorreu em 2010 para deputado estadual pelo PSC (partido Social Cristão, o mesmo de outro famoso defensor de tiros no lugar de palavras, Jair Bolsonaro), mas não foi eleito. Teve pouco mais de 600 votos.
Sua obsessão pela intervenção militar o faz atuar em várias frentes. “A Intervenção Militar é absolutamente legal, uma vez que o Art. 1º, no seu parágrafo único, diz que: ‘todo o poder emana do povo’.
Entenderam? O texto é claro, ele diz DIRETAMENTE. “Não estando o povo satisfeito com os serviços prestados pelos servidores públicos por ele eleitos, havendo a constatação de que há um interesse nefasto dos três poderes em se perpetuarem, e que estes formam o mesmo grupo (pra não dizer ainda quadrilha) que rouba e julga, não nos resta outra alternativa”, escreveu num comentário em rede social.
Ele também menciona claramente seu alvo: “Quando se fala que as Forças Armadas destinam-se à defesa da pátria e temos o absurdo da incitação de um estadista – Lula – para que o exército de Stedilli (sic), formado pelo MST, supostos médicos cubanos e mais 50 mil haitianos vá às ruas combater os opositores, é fácil entender o que é uma intervenção militar constitucional.
E é óbvio que as ordens para que as FFAA defendam o Brasil destes milicianos jamais partirão da presidente Dilma, que é parte deste citado grupo. E aí fechamos: o poder emanará do povo de forma DIRETA, acionando as Forças Armadas para intervirem”, prosseguiu ele em sua louca cavalgada.
Adjalbas Pereira é aquele tipo que acredita (ou faz que acredita) em contos da carochinha como “Não existe na história, registro de militares envolvidos com corrupção no regime militar”.
Em 2015, deixou recado no Facebook para o ídolo Magno Malta. “Meu irmão Magno, o Brasil está caminhando para um destino perverso para as famílias. Sei bem do seu empenho como Senador e servo, pois te acompanho quase todos os dias nas suas buscas por soluções das tantas aberrações do governo do PT”, escreveu.
“Acredito sim, com toda segurança e de forma muito bem pensada e analisada, que só nos resta a INTERVENÇÃO MILITAR para salvarmos o Brasil. Precisamos dar uma virada nesse jogo, e para isso precisamos que os eleitores sejam impulsionados por seus líderes (Magno Malta, Silas Malafaia, Jair Bolsonaro, Raquel Shrherazade, Marco Feliciano e outros).”
Assim como Donald Trump, Adjalbas Pereira deve ter faltado às aulas de história. Lula que se cuide porque seus detratores, aqueles que adoram acusar o ex-presidente de iletrado, parecem mais dispostos a fazer justiçamento.