Quem é o pastor acusado de abuso sexual por mais de 50 mulheres

Atualizado em 20 de maio de 2024 às 17:02
Pastor Dagmar José Pereira, acusado de abusar de diversas mulheres em igrejas. Foto: reprodução

O pastor Dagmar José Pereira, ligado à Igreja Assembleia do Reino de Deus, está sob investigação da Polícia Civil de Goiás após ser acusado de abuso sexual por dezenas de fiéis. Segundo informações do site Fuxico Gospel, o número de vítimas pode chegar a 50.

As denúncias começaram a surgir nas redes sociais na última quarta-feira (15), por meio de uma mulher identificada como Isabella Sâmara, uma das vítimas que reuniu e divulgou os relatos de outras fiéis abordadas pelo pastor. No mesmo dia, ela participou de uma transmissão ao vivo com um advogado, que afirmou que seu escritório entraria no caso para solicitar a prisão do líder religioso.

O nome de Dagmar só foi revelado na quinta (16), quando a denúncia foi formalizada. As vítimas, algumas menores de 18 anos, são originárias de diversas regiões do país.

O pastor iniciou sua carreira na Igreja Assembleia do Reino de Deus em Parauapebas, no Pará, atuando como líder jovem. Contudo, mesmo nesse estágio inicial, relatos indicam que já teria cometido os primeiros abusos, resultando em sua transferência pela liderança da instituição após rumores de assédio contra fiéis.

“No início, ele era um ótimo líder de jovens e tinha a capacidade de fazer os jovens se aproximarem dele e da igreja. Mas um belo dia ele me chamou na casa dele. Eu, inocente, fui. E as vezes em que isso aconteceu foram todas no susto. Essa foi a primeira vez, mas tiveram outras”, testemunhou uma das vítimas.

“Quando eu entrei no quarto ele foi e me beijou. Um beijo de novela [de língua]. Eu tinha 12 anos, fiquei chocada. Mas teve outro dia com uma oração pela noite, tipo uma vigília, e nesse dia acabou a energia. Eu estava do lado dele quando caiu a luz e ele me chamou: ‘vem cá’. Eu fui, de novo, na inocência. Gente, foi dentro da igreja”, concluiu.

Com as primeiras denúncias feitas, outras vítimas surgiram nas redes sociais endossando os depoimentos contra o pastor. “Eu não fui um caso isolado, eu não estou sozinha, eu não fui vítima sozinha. E relatos assim, tão parecidos com o meu, histórias tão parecidas com a minha que eu estou até agora estarrecida”, contou outra mulher.

Mesmo com as primeiras denúncias, a carreira de Dagmar seguiu em prestígio na igreja, permitindo que ele fosse promovido de líder jovem a pastor. Após ser transferido do Pará, ele chegou a Senador Canedo, Goiás, onde vive atualmente, e teria cometido a maioria dos crimes.

Vale lembrar que a Assembleia do Reino de Deus, da qual Dagmar faz parte, não é a mesma rede do pastor bolsonarista Silas Malafaia, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

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