No último domingo (27), a torcida organizada de palmeirenses Mancha Verde armou uma emboscada para se vingar dos cruzeirenses da Máfia Azul, no interior de São Paulo. Após o crime, que culminou em uma morte, o presidente do grupo paulista, Jorge Luis Sampaio, virou alvo de um mandado de prisão e segue foragido.

Além das atividades no comando de uma das maiores torcidas organizadas do Brasil, Jorge acumulou função no gabinete do vereador Isac Félix (PL), na Câmara da capital paulista. Com o apoio da Mancha Verde no período eleitoral, Félix foi o 12° candidato mais votado em São Paulo e conseguiu ser reeleito com 62.275 votos.

Quem visitou o Allianz Parque em dias de jogos do Palmeiras, durante o período eleitoral, viu santinhos de Isac espalhados pela Mancha Verde. Além disso, na sede do grupo, onde também funciona uma loja, havia uma faixa do candidato e ainda há uma placa emitida pela Prefeitura de São Paulo em homenagem ao grupo à Mancha Alvi Verde pelos 41 anos da fundação, em 1983.

Vale lembrar que o nome jurídico do grupo paulistano, embora fundada como “Mancha Verde”, é “Mancha Alvi Verde” devido a um conflito com a Torcida Tricolor Independente, do São Paulo, em 1995, que também acabou com uma morte dentro do estádio do Pacaembu durante uma partida da Copa São Paulo de Futebol Júnior, para atletas das categorias de base.

Presidente do Partido Liberal em São Paulo, o vereador assinou a exoneração de Jorge na última terça-feira (29), dois dias após a barbárie ocorrida no município de Mairiporã. De acordo com a nota publicada no Diário Oficial, a iniciativa partiu do próprio presidente da Mancha Verde.

Félix também é apontado como responsável por carregar o “hooligan” brasileiro em seu grupo político. Antes do gabinete na Câmara, eles trabalharam juntos na subprefeitura do Campo Limpo, reduto político do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL), considerado o padrinho político do vereador bolsonarista. Os dois mantém, juntos, o escritório político na Estrada de Itapecerica, na Zona Sul de São Paulo.

Nas redes sociais, com 12,8 mil seguidores, e, na semana anterior ao crime, publicou lembranças do aniversário de 29 anos da Escola de Samba Mancha Verde, que foi fundada em 1995, 12 anos após o surgimento da torcida organizada.

Na festividade, Félix foi acompanhado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), ainda em período eleitoral, e Paulo Serdan, presidente de honra da escola de samba e um dos fundadores do grupo de torcedores organizados.