Quem é Renato Cariani, marombeiro bolsonarista investigado por produção de crack e cocaína

Atualizado em 12 de dezembro de 2023 às 10:01
Renato Cariani, influenciador bolsonarista, é alvo de investigação da PF. Foto: reprodução

Nesta terça-feira (12), o influenciador fitness Renato Cariani, de 47 anos, com mais de 7,3 milhões de seguidores no Instagram e 6,3 milhões no YouTube, foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Ele é suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de produtos químicos destinados à produção de crack e cocaína.

Cariani, conhecido por suas atividades como instrutor de condicionamento físico e coach, oferece cursos online abrangendo áreas como nutrição, musculação, culinária, investimentos, controle mental, inglês e criação de canais no YouTube. Seu site oficial destaca a “Nação Renato Cariani” como o local para a transformação pessoal.

O influenciador apresenta, em suas plataformas, fotos ao lado de personalidades conhecidas, como o cantor Mc Daniel, o apresentador Danilo Gentili e o youtuber geofísico Sergio Sacani, além de integrantes do Flow Podcast.

Famoso na internet após se destacar como atleta de fisiculturismo, o bolsonarista relata que sua experiência como vítima de bullying na infância foi o impulso para adentrar no mundo fitness. Em 2020, começou a competir, acumulando vitórias em competições nacionais e internacionais.

No ano passado, Cariani utilizou sua popularidade para impulsionar a campanha presidencial de Jair Bolsonaro (PL), promovendo uma entrevista em seu podcast, o Ironcast, com o então candidato. Já um dia antes das votações no segundo turno, Cariani compartilhou um vídeo defendendo que seus seguidores votassem em Bolsonaro.

Graduado em Química, Administração de Empresa e Educação Física, Cariani atribui parte de seu sucesso como influenciador à sua formação acadêmica diversificada.

A Operação Hinsberg, conduzida pela Polícia Federal, aponta Renato Cariani como suspeito de integrar uma organização criminosa envolvida no desvio de produtos químicos destinados à produção de drogas. A investigação revelou emissões fraudulentas de notas fiscais por empresas licenciadas em São Paulo, utilizando “laranjas” para depósitos em espécie.

A PF identificou 60 transações dissimuladas ligadas à atuação da quadrilha, totalizando cerca de 12 toneladas de produtos químicos desviados. Essas substâncias podem gerar mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontos para o consumo.

Durante a operação, a PF registrou o momento em que entrou na mansão do bolsonarista. O vídeo mostra que ele tinha uma fábrica de produtos químicos no interior da residência. A Polícia Federal não informou se o laboratório funcionava de maneira regular.

O influenciador e outros envolvidos podem enfrentar acusações de tráfico, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, com penas que ultrapassam 35 anos de reclusão. A ação contou com mais de 70 policiais federais e teve o apoio do Gaeco do MPSP e da Receita Federal na busca por evidências que esclareçam o esquema criminoso de desvio e tráfico de drogas.

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