Quem é Rodolfo Barra, o “ex-nazista” de Milei

Atualizado em 1 de dezembro de 2023 às 18:31
Rodolfo Barra, em destaque, fazendo saudação nazista durante sua juventude. Reprodução

Com grande experiência jurídica tanto no setor público quanto no privado, Rodolfo Barra foi escolhido pelo governo de Javier Milei como o novo Procurador Geral do Tesouro.

Barra, que já integrou a Corte Suprema de Justiça e ocupou o cargo de ministro da Justiça durante a administração de Carlos Menem, terá a responsabilidade de conferir respaldo legal ao plano de reformas proposto pelo presidente desde o início de seu mandato.

Formado pela Universidade Católica Argentina (UCA) em 1970, com doutorado em Ciências Jurídicas e especialização em Direito Administrativo, aos 75 anos, Barra se tornará uma figura central na estrutura jurídica do país.

Milei, durante sua campanha eleitoral e nos dias seguintes à sua eleição, expressou a intenção de implementar reformas significativas na estrutura estatal, incluindo a eliminação de ministérios, regulamentações de diversos órgãos e uma extensa legislação a ser submetida ao Congresso Nacional.

O argentino Rodolfo Barra, que fará parte da equipe de Javier Milei. Reprodução

Nascido em Buenos Aires em 19 de dezembro de 1947, Barra é casado e tem três filhos. Sua entrada na administração pública ocorreu em 1989, quando, sob a supervisão de Roberto Dromi, Ministro de Obras Públicas na época, liderou o processo de privatização de empresas estatais como ENTEL, Aerolíneas Argentinas e Ferrocarriles Argentinos.

Posteriormente, foi proposto para integrar a Corte Suprema em 1990, renunciando em 1993. Em seguida, participou como constituinte no ano seguinte e foi nomeado ministro da Justiça por Menem em 1994, renunciando em 1996 após enfrentar acusações relacionadas ao seu envolvimento com um grupo neonazista em sua juventude.

Ligações com o neonazismo

Na época, a mídia divulgou seu envolvimento no Movimento Nacionalista Tacuara, um grupo argentino de extrema-direita e sua participação no ataque a uma sinagoga. As investigações jornalísticas desse período também expuseram fotos de Barra fazendo a saudação nazista.

Na ocasião, o jurista afirmou: “Se fui nazista, me arrependo”. Sua nomeação foi repudiada pelo Fórum Argentino Contra o Antissemitismo (Faca), “como uma afronta direta ao espírito democrático e plural” da Argentina, e também por ativistas políticos de esquerda.

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