Com grande experiência jurídica tanto no setor público quanto no privado, Rodolfo Barra foi escolhido pelo governo de Javier Milei como o novo Procurador Geral do Tesouro.
Barra, que já integrou a Corte Suprema de Justiça e ocupou o cargo de ministro da Justiça durante a administração de Carlos Menem, terá a responsabilidade de conferir respaldo legal ao plano de reformas proposto pelo presidente desde o início de seu mandato.
Formado pela Universidade Católica Argentina (UCA) em 1970, com doutorado em Ciências Jurídicas e especialização em Direito Administrativo, aos 75 anos, Barra se tornará uma figura central na estrutura jurídica do país.
Milei, durante sua campanha eleitoral e nos dias seguintes à sua eleição, expressou a intenção de implementar reformas significativas na estrutura estatal, incluindo a eliminação de ministérios, regulamentações de diversos órgãos e uma extensa legislação a ser submetida ao Congresso Nacional.
Nascido em Buenos Aires em 19 de dezembro de 1947, Barra é casado e tem três filhos. Sua entrada na administração pública ocorreu em 1989, quando, sob a supervisão de Roberto Dromi, Ministro de Obras Públicas na época, liderou o processo de privatização de empresas estatais como ENTEL, Aerolíneas Argentinas e Ferrocarriles Argentinos.
Posteriormente, foi proposto para integrar a Corte Suprema em 1990, renunciando em 1993. Em seguida, participou como constituinte no ano seguinte e foi nomeado ministro da Justiça por Menem em 1994, renunciando em 1996 após enfrentar acusações relacionadas ao seu envolvimento com um grupo neonazista em sua juventude.
Ligações com o neonazismo
Na época, a mídia divulgou seu envolvimento no Movimento Nacionalista Tacuara, um grupo argentino de extrema-direita e sua participação no ataque a uma sinagoga. As investigações jornalísticas desse período também expuseram fotos de Barra fazendo a saudação nazista.
Na ocasião, o jurista afirmou: “Se fui nazista, me arrependo”. Sua nomeação foi repudiada pelo Fórum Argentino Contra o Antissemitismo (Faca), “como uma afronta direta ao espírito democrático e plural” da Argentina, e também por ativistas políticos de esquerda.