Quem é Rogério Andrade, maior bicheiro do Rio preso pela morte de Fernando Iggnácio

Atualizado em 29 de outubro de 2024 às 9:50
Rogério Andrade, sobrinho do contraventor Castor de Andrade e preso pela morte de Fernando Iggnácio

Rogério Andrade, sobrinho do conhecido contraventor Castor de Andrade, é figura central no submundo do crime do Rio de Janeiro. Ele herdou os negócios ilícitos do tio em 1997, incluindo o controle sobre o jogo do bicho, caça-níqueis e bingos na Zona Oeste do Rio.

Nesta terça-feira (29), Rogério foi preso após nova denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) como mandante do assassinato do rival Fernando Iggnácio, morto em 2020.

Rogério Andrade chega à Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro, após prisão nesta quarta-feira, 29 de outubro de 2024 – Foto: CNN

Rivalidade

A rivalidade entre Rogério e Iggnácio não é recente. Desde a morte de Castor, em 1997, os dois disputam o controle dos negócios. A guerra entre os contraventores teria gerado mais de 50 mortes ao longo dos anos, segundo a Polícia Federal.

Iggnácio, ex-genro de Castor, foi executado a tiros em um heliporto na Zona Oeste do Rio, evento que intensificou as investigações sobre a disputa.

Ignácio, sobrinho do bicheiro Castor de Andrade, assassinado a mando de Rogério Andrade – Foto: Reprodução

Rogério, segundo as investigações, teria contratado um “escritório do crime,” grupo de assassinos de aluguel, para matar Iggnácio. O Ministério Público apontou que integrantes dessa milícia teriam buscado informações sobre armamentos capazes de romper a blindagem de veículos, para garantir a execução do rival.

Histórico e acusações

A carreira de Rogério Andrade inclui várias suspeitas e acusações de assassinato. Em 1998, ele foi investigado pela morte de Paulo Roberto de Andrade, filho de Castor. A morte foi atribuída a um ex-PM, que apontou Rogério como mandante. Após ser condenado em 2002, ele foi absolvido em 2013.

Vale ressaltar, no entanto, que essa não foi a única acusação enfrentada pelo contraventor ao longo dos anos.

Em 2010, Rogério sofreu um atentado com explosivos na Barra da Tijuca. Ele e seu filho Diogo, de 17 anos, estavam no carro quando uma bomba explodiu, matando o jovem e deixando Rogério com ferimentos.

Em 2010, atentado no Recreio terminou com a morte do filho do contraventor Rogério Andrade – Foto: Gabriel de Paiva

O evento chocou o público e aumentou a percepção sobre o nível de violência envolvido nas disputas da contravenção no Rio de Janeiro.

Carnaval carioca

O contraventor fluminense também tem forte presença no Carnaval carioca, onde atua como patrocinador e presidente de honra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, uma tradição herdada do tio Castor. Sua esposa, Fabíola Andrade, se tornou rainha da escola de samba.

Rogério Andrade participa de desfile da Mocidade – Foto: Reprodução

O apoio ao Carnaval é visto como uma maneira de manter o prestígio da família Andrade e, segundo as investigações, de lavar dinheiro proveniente da contravenção.

Além das disputas e do histórico criminal, Rogério Andrade também acumula um histórico de decisões judiciais favoráveis, especialmente do ministro Kassio Nunes Marques. Em um dos casos mais comentados, o ministro revogou um mandado de prisão contra Rogério quando ele era suspeito de ordenar a morte de Iggnácio.

Suruba com seguranças do marido

A esposa de Rogério, Fabíola, foi foco de polêmica antes de se tornar rainha da Mocidade. Ela ficou famosa após o vazamento de um vídeo onde ela aparece participando de uma suruba com seguranças do bicheiro.

Fabíola Andrade em foto ao lado de seu marido, o bicheiro Rogério Andrade – Foto: Reprodução
Fabíola Andrade no carnaval 2015 – Foto: Nina Lima

Nas imagens, de 2019, ela aparece nua, em diversas posições, fazendo sexo com dois homens enquanto um terceiro gravava. Após a repercussão, o casal revelou que foi o próprio bicheiro que filmou a cena e que tudo não passava de um fetiche de marido e mulher.

Na época em que o vídeo vazou, a celebridade disse que se trancou em casa, com vergonha da exposição. “Foi horrível, eu fiquei muito mal. Mas aí eu segui o caminho que meu marido sugeriu: A gente tem que enfrentar o problema, as pessoas vão criticar, não vão virar a página de uma hora para a oura. Mas isso é problema nosso e ninguém tem nada a ver com isso”.

Documentário da Globo

Recentemente, a trajetória de Rogério Andrade também foi destaque no documentário ”Vale o Escrito”, produzido pela Globo, que explora a história do jogo do bicho no Rio de Janeiro.

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