“Na guerra contra o desarmamento”, postou Sergio Pacheco ao lado do Major Olímpio, antes do senador morrer em decorrência da Covid-19. De fato, o comerciante de Carapicuíba, em São Paulo, trabalhou muito para aumentar a circulação de armas no Brasil.
Além de ser proprietário da SP Guns, uma loja e clube de tiros na região metropolitana de São Paulo, Pacheco foi preso pelo grande repasse de armas para uma organização criminosa responsável por roubos de banco e pelo controle de rotas do tráfico de drogas em três estados do Nordeste.
Nas redes sociais, o Clube auxiliava interessados em ter armas como atiradores ou colecionadores (CACs) na documentação necessária para comprar os armamentos de forma legal. Para a Polícia Federal, tudo não passava de fachada para encobrir os crimes.
Pacheco entrou na mira da Polícia Federal depois da prisão de Antônio Arcênio de Andrade Neto, o De Menor, apontado como um dos maiores traficantes da Paraíba. Com o acusado por explodir um presídio paraibano e fugir com outros 91 detentos em setembro de 2018, os investigadores monitoraram ligações, e-mails e mensagens que concluíram que suas armas vinham de São Paulo, mais precisamente do bolsonarista Sergio Pacheco.
Com muita proximidade entre o vendedor de armas e o traficante, o paulista separava armas pessoalmente para De Menor. Após enviar uma foto de uma pistola tcheca CZ 9mm, Pacheco escreveu: “a sua”.
As vendas eram feitas por meio de laranjas. A investigação aponta que cerca de R$ 381 mil foram depositados por pessoas próximas ao traficante na conta do bolsonarista. Para a PF, o valor é referente à compra de armas pela quadrilha. Preso em março passado durante a Operação Desmonte, Pacheco diz que é inocente.
Apoiador de Jair Bolsonaro, em seu perfil pessoal Sergio Pacheco também tem foto com Eduardo Bolsonaro.
Apoiar facções criminosas se transformou num grande “business”, que vai além de dinheiro para eleição e votos.
O interesse partidário chega a intervir em quem pode ou não entrar no território do crime nas eleições.
Mas voltemos ao que interessa pra democracia: cartão de vacina. pic.twitter.com/ORsHEBSAn9
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) May 4, 2023