O Alto-Comando do Exército tomou a decisão de respeitar o resultado das eleições presidenciais. Os 16 oficiais-generais do grupo mais influente das Forças Armadas indicaram que o grupo vai seguir o rito de reconhecer o anúncio do ganhador pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), segundo o Estadão.
Os militares enfatizaram que “quem ganhar leva”, como se coubesse a eles questionar o processo eleitoral. A frase começou a ser espalhada pela tropa logo após uma reunião, realizada ao longo da primeira semana de agosto.
Foram cinco encontros, realizados entre os dias 1 e 5 de agosto. Em nota, o Alto-Comando do Exército informou somente que foram discutidos assuntos “de interesse da Força”.
De acordo com o Estadão, com a posição dos generais se espalhando pelos quartéis do País, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica começaram a evitar exposição política e a dar sinais de distanciamento da auditoria inédita das eleições, que vai checar parcialmente a soma dos votos no domingo e monitorar testes de funcionamento das urnas eletrônicas.
A posição dos militares pode reduzir o impacto da auditoria. Eles disseram à reportagem que o documento com o resultado da auditoria não vai tentar atestar ou reprovar a confiança das eleições. O texto deve se restringir em contar sobre os testes de integridade das urnas e a checagem amostral do somatório através de boletins de votação.
A auditoria é um “projeto-piloto” aceito pelo TSE por pressão dos militares. O Ministério da Defesa pretende concluir o trabalho em quatro horas e enviar por volta de 21 horas a auditoria ao TSE. O chefe da pasta, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira informará Bolsonaro sobre o conteúdo. O propósito do documento, segundo militares, é relatar apenas o que foi verificado.